Capítulo 69

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Christopher Uckermann

Eu havia mandado uma mensagem para Poncho, para nos encontrarmos e eu finalmente entender tudo que estava acontecendo. Alfonso sempre foi um galinha, assim como eu no passado, mas ele era extremamente responsável, e mesmo que tenha traído Anahí, não podia acreditar que ele havia sido ingênuo o suficiente para engravidar a Paulina.

Cheguei no bar que tínhamos marcado e pedi logo uma cerveja. Meu celular vibrou e eu peguei para olhar, e foi simplesmente impossível não sorrir. Dulce havia me mandado uma foto dela, com Ayla e Luna, se divertindo no shopping. Eu amava minhas meninas mais que tudo nesse mundo.

Mi Dul: estamos com saudades, papai 🤍 (leia na voz de Ayla, foi ela quem pediu a legenda especial nessa foto para você)

Mi Chris: eu amo tanto vocês ❤, logo eu chego aí, prometo.

Mi Dul: Poncho ainda não chegou?

Mi Chris: não, e confesso que estou meio ansioso por isso, com necessidade de respostas....

Mi Dul: calma, amor, estamos com você, lembra?

Dulce mandou uma foto dos braços delas, com os cordõezinhos e as iniciais, na qual Ayla já tinha a sua, óbvio. Foi impossível não me emocionar, estaríamos sempre ligados e passando apoio um para o outro, aquilo dava forças para qualquer um.

Mi Chris: obrigada, minha vida, eu te amo.

Mi Dul: te amamos, amor!

Avistei Poncho passar pela porta do bar, com uma aparência cansada e desleixada. Acenei para que ele pudesse me avistar e logo se aproximou. O cumprimentei e ele se sentou ao meu lado, também pedindo uma cerveja.

— Como você está? — perguntei quebrando o silêncio.

— Como você acha? Sem ver a Annie, o Manu, vocês viraram as costas para mim, Anahí grávida de outro filho meu, Paulina não sai do meu pé...

— Poncho, toda ação tem uma reação. Você traiu a Annie, já deveria imaginar que todos reagissem assim e...

— Mas não você. Não o meu melhor amigo. — ele disse me interrompendo e eu suspirei.

— Eu me decepcionei com você, Alfonso, não foi fácil ver tudo que você estava fazendo, não só com a Anahí, mas com seu próprio filho. Quando você achou que eu passaria a mão na sua cabeça por isso? — eu realmente estava indignado.

— Eu sei que errei, Ucker. Eu tenho noção disso, ok. Mas sei lá, eu precisava de você, porra. Você sempre foi um irmão pra mim...

— E era recíproco, mas depois de tudo que Anahí contou a Dulce, como você quer que nossa relação continue a mesma? — ele revirou os olhos e balançou a cabeça.

— Anahí também não é santa, ok. Tenho certeza que ela aumentou essa história pra sair de vítima. — quem era esse na minha frente? Por que meu melhor amigo não era.

— Alfonso, o que aconteceu com você? Você não era assim, nunca foi inconsequente desse jeito. Você pegou absolutamente todo mundo de surpresa, ninguém esperava isso...

— E em que mundo você achou que eu esperava ser pai do filho da Paulina? — arregalei os olhos e o fitei, chegamos onde eu queria chegar.

— Era sobre isso que eu queria conversar com você. Você não achou isso estranho, não? Ela veio com a mesma história pra cima de mim...

— Eu fiz teste, Ucker. Deu positivo. Eu não iria assumir sem um exame de DNA antes.

— Você fez em um laboratório de sua confiança?

— Eu fiz onde ela me recomendou, Christopher, eu sou um homem ocupado.

— E bem tapado também, tem noção de quantas vezes eu refiz esse teste, Alfonso? Caralho, como você pode ser tão burro? Ela manipulou pra arrancar dinheiro de você. O menino nem se parece com você, eu sabia que tinha algo de errado nessa história.

— Acha melhor eu fazer em outro lugar? — assenti rapidamente como se fosse óbvio.

— Lógico que sim, e de preferência sem ela saber. — ele também assentiu e o vi suspirar e abaixar a cabeça.

— Eu vou fazer amanhã...

— Vou com você se quiser, quero te ajudar, Poncho, sempre fomos melhores amigos e eu quero tirar essa história à limpo tanto quanto você. Essa mulher já passou dos limites.

— Valeu, cara. E me desculpa por tudo que eu fiz vocês passarem, sei que Dulce provavelmente não quer olhar na minha cara agora.

— Você está certo, ela provavelmente te mataria, e eu não iria impedir. — ele riu fraco e me encarou.

— Como a Annie está? — ele murmurou e eu passei a mão no rosto.

— Melhor agora, você fez ela passar por muito nervoso, mas ela está bem, está se cuidando e indo em frente...

— E os meus filhos? — ele parecia realmente preocupado e eu entendia esse lado, Poncho sempre foi apaixonado pelo Manu, não seria diferente com o bebê na barriga de Annie.

— Manu pergunta sempre de você, e Annie vai descobrir o sexo do bebê essa semana, Dulce vai acompanhá-la.

— E-eu queria conversar com ela, sem brigas, me desculpar... — Alfonso realmente parecia estar arrependido de tudo que fez, e eu o respeitava por isso.

— Eu acho que vocês devem sim conversar, mas não sei se esse é o momento certo pra isso. Anahí está muito machucada e o emocional dela tá abalado, mesmo que ela não fale, acho melhor você esperar um pouco, mas eu posso falar com ela, dizer que conversamos, que você se arrependeu.

— Já é um começo. Obrigado, cara.

— Não tem que me agradecer, você tem que voltar ao eixo, Poncho, não estamos te reconhecendo mais, sentimos falta do nosso amigo de antes.

— Eu falhei com você também, me perdoa. Deveria ter sido um amigo melhor, marido melhor.

— Sim, deveria. Mas já passou e eu quero que você procure melhorar e evoluir, Alfonso. Ontem nós fizemos um churrasco em casa para apresentar nossa filha a todos e eu senti sua falta.

— Espera, como assim "apresentar nossa filha"?

— Dulce e eu adotamos uma menina. Ela se chama Ayla. — peguei meu celular e mostrei a ele a foto que minha mulher havia me mandado a pouco tempo. Alfonso ficou um bom tempo encarando a imagem e sorriu.

— Poxa parabéns cara, ela é linda! — ele disse me devolvendo o telefone. — Sinto muito a falta de vocês, da Lunita, do Christian...

— Nós também sentimos sua falta, cara. Sei que tudo logo vai se encaixar, voltaremos a viver em harmonia.

— Espero que sim... — logo trocamos de assunto e começamos a conversar coisas banais. Eu realmente sentia falta do meu melhor amigo, sabia que ele se arrependia de tudo e estava disposto a melhorar. Só esperava que ele não demorasse muito para isso, já que, até que ponto todos seriam pacientes para ouvi-lo?

Yo Si QueríaOnde histórias criam vida. Descubra agora