Balada do amor inabalável (Concluída)

91. Aliança

"Se, um dia, eu te encontrar
Do jeito que sonhei
Quem sabe, ser seu par perfeito
E te amar
Do jeito que eu imaginei

Ao virar a esquina
Atrás de uma cortina, me perder
No escuro com você
Fogo na fogueira
O seu beijo e o desejo em seu olhar
As flores no altar"

Meredith Pov.
Um mês depois.

Eu acho que desde que voltamos do Hospital não dormimos direito, Leo resolveu achar que é melhor dormir durante o dia e passar as madrugadas acordado.
Andrew e eu estamos tentando manter uma rotina de revezamento, afinal durante as tardes temos que dedicar nossa atenção a Mel quando chega da escola, então não podemos dormir também, mas apesar do sono e do cansaço em ter que lidar com duas crianças agora, e uma que precisa de mim para se alimentar o tempo todo, nós estamos felizes, e exatamente onde queremos estar.

Eu tenho um marido incrível, amigos dispostos, que se oferecem para nos ajudar o tempo todo. É muito bom saber que temos uma excelente rede de apoio quando precisamos.

Andrew tem se superado a cada dia, ele diz que é desajeitado com um bebê, mas recentemente perdeu o medo de segurá-lo, e agora se deixar ele passa horas e horas cantando e conversando com o Leo pela casa. Ele diz que prefere tê-lo em seus braços dormindo do que no berço onde ele parece estar longe da gente, detalhe que o berço ainda está ao lado de nossa cama.
Ele é um pai e um marido super preocupado e atencioso, isso me enlouquece um pouco, ele praticamente não sai de perto de mim, pois acha que eu preciso de ajuda pra tudo, é uma atitude fofa, mas também é irritante esse cuidado extremo que ele tem tido comigo, eu mal posso espirrar que ele já quer me levar ao hospital. Eu entendo os motivos dele, claro, depois de tudo que aconteceu, ele quase me perdeu, e eu sei que ele me ama de verdade e por isso essa preocupação toda, mas eu venho tentando não me estressar com nada apenas curtir esse momento.

Felizmente após muito drama desse mini italiano para mamar, ele se adaptou depois de alguns dias em casa, e agora de três em três horas ele chora para que eu o amamente, e o choro com toda certeza é capaz de acordar meio mundo, nunca pensei que uma pessoa tão pequena pudesse berrar tão alto, talvez tenhamos outro cantor de rock nessa casa.

-Mer, as meninas chegaram, quer ajuda para ir pra sala?

-Amor eu já consigo andar, são alguns passos daqui pra sala, eu não vou correr uma maratona, tá tudo bem, calma.

-Você sentiu seus pontos outro dia, eu fico preocupado, não quero que você faça esforço nenhum.

-Eu sei, mas você ouviu o que sua irmã, sua cunhada, e o médico que fez meu transplante disseram? Que faz parte do processo normal de cicatrização.

Eu levanto e fico em pé na frente dele segurando em seu rosto.

-Eu vou ficar com as meninas, aproveita para descansar um pouco tá bom, afinal seu filho precisa de cantoria de madrugada. Amor, você deve estar dormindo umas três horas por dia, isso não é saudável.

-Mel vai chegar daqui a pouco.

-Ela vai ficar comigo e as tias, você sabe a farra que ela faz quando todos estão aqui. Dorme, ok?

-Tá bom! Mas, acho que preciso de um beijo para dormir melhor.

Ele começa a beijar meu ombro e vai subindo até meu pescoço. Eu viro pra ele, seguro seu rosto e dou um beijo demorado e bem caloroso em sua boca.