Accordo Di Vaniglia || KiriBaku

Capítulo 19 || Sinceridade Esclarecedora

Hey hey! 

Daqui a pouco estarei trabalhando, mas não consegui parar com o fluxo dessa conversa, então cá estou, bom dia. 

Atingi parte do objetivo, ainda temos um looongo caminho, mas esse é um puta começo pra dar certo. 

Vamos ver, essa história vai ser outra enorme, senhor... 

Boa leitura! 

[...]

Narrado por Bakugou Katsuki

Por mais que tenha escapado dos perseguidores imediatos, o perigo permanece ativo. Sei que não me encontrarão aqui, de maneira alguma, os que tiveram contato com o carro usado foram detidos, conforme a equipe me informou no chat compartilhado. Os avisei que estamos em segurança, mas ninguém dita palavras de alívio, somente mais questões e migalhas de resposta.

Odeio pensar que, por mais seguro aqui dentro, lá fora estou sendo caçado; estando acompanhado, coloco em risco uma vida a mais; preso, não consigo colaborar para resolver o problema. Está tudo dando errado, justamente quando pensei que mais nada poderia piorar. Aquele jantar infernal com Kirishima sendo um babaca, só até que eu surtasse e o mostrasse que não estou aqui para ser feito de palhaço, ele que monte a porra do circo dele.

Não queria envolvê-lo nessa merda, mas já assinei os termos com essas consequências quando decidi usá-lo para me infiltrar entre suspeitos. Até agora mal tive a chance de conhecer mais de três pessoas deste círculo, todos idiotas demais para serem que eu procuro, não exalam perigo suficiente para serem algo além de insuportavelmente arrogantes.

As coisas que Eijirou me disse naquele banheiro também perduram em meio a tensão dos últimos acontecimentos, não consigo me desprender daquela sensação extenuante de estar caminhando sobre ovos, sem qualquer ideia correta sobre como prosseguir. Primeiro ele me mostra algo padrão, para então mudar o contexto abruptamente, me jogando em um mar de novidades e destinos subjetivos. Cada ação gerando uma reação, mas nada mecânico como costumo lidar.

Me estressa mais ainda estar inclinado a continuar, escalando os obstáculos aos poucos, tanto pela missão quanto... quanto pelo que? Minha curiosidade? Minha atração fútil e sem nexo? Não sirvo para essa vida, não sirvo sequer para me relacionar com alguém, tenho um objetivo e este é o meio mais eficaz para chegar até ele, as sensações diversas que Kirishima me causa são consequência, malditas consequências essas que munem meu raciocínio, me deixam em desvantagem.

Usar as roupas dele me faz xingar em alta voz, mas não deixo de me julgar por fingir uma frustração que na verdade não existe. Uma camisa larga e preta fica perfeita para não apertar meu tronco, tal como calças de moletom escuras que são confortáveis, pesadas e macias. Ainda ouso roubar um par de meias da gaveta, evitando a gaveta de roupa íntima por estar realmente foda-se a esta altura do campeonato, ele já botou minha rola na mão, na boca, olhar através do tecido é o de menos.

A dor de cabeça já me faz massagear a nuca em busca de algum alívio, deveria perguntar a Kirishima se ele possui algum aparelho de medição para pressão arterial, pois temo que meus remédios ficaram todos no carro ou em casa, se estiver prestes a ter um AVC gostaria de saber antecipadamente. Pedi aquele chá já prevendo isso, contudo, o elefante branco entre nós vai perdurar até que falemos a respeito.

Está tudo obscuro demais, confuso, estamos caminhando paralelamente em trechos distintos, isso não está funcionando. Creio que ele está se deixando levar pelo jogo, sem lembrar que é apenas fingimento, consequentemente, Eijirou me carrega junto nessa distração, pois é impossível ter algum foco com sua persistência em tirá-lo.

Suspiro ao secar um pouco mais o cabelo, jogando a toalha dentro do cesto antes de me retirar do quarto enorme e luxuoso demais. Tudo nessa casa remete a riqueza, os quartos — em excesso — estão todos arrumados, como se ele esperasse hospedar um mar de gente. As paredes claras quase brilham de tão limpas, os quadros meio abstratos são harmônicos e provavelmente custam anos do meu salário, o som do piano ao fundo...