Hey
sei lá né kkk sei lá
to ansiosa é pro próximo
boa leitura
[...]
Narrado por Bakugou Katsuki
Apesar de ter tomado uma boa dose dos remédios para conseguir dormir sem imprevistos — como algum pesadelo que me fizesse socar Eijirou durante o sono —, devo admitir que o relaxamento inerente que sinto em cada célula do meu corpo não se deve apenas à farmacologia. Pela primeira vez em muito tempo, a ansiedade que me toma sempre que me vejo diante do inevitável descanso não perdurou até a inconsciência, o fato de me render à exaustão não me pareceu uma fraqueza, tampouco o início de um martírio pelas lembranças que ora ou outra sempre dão um jeito de me perturbar.
Acordo levemente, como se tivesse piscado por tempo demais, mas permaneço parado, respirando lento e com os olhos fechados, como se ainda pudesse cair no sono somente por evitar pensar demais, no entanto, sei que meu corpo não lidaria facilmente com mais horas disso do que eu costumo ter.
As cortinas estão fechadas, então não sei se o Sol já nasceu, mas imagino que já devem ser por volta das 8h da manhã, ao menos, me pareceram longas horas de torpor, algo raro e incomum para minha atual condição.
Movo meus dedos ao pressioná-los contra as palmas, sentindo-me um tanto envergonhado pela situação em que me encontro ao me dar conta do quão perto Kirishima está. Perto, não somente isso, ele está praticamente colado a mim. Lembro-me de ter adormecido com minha cabeça ainda em seu peito, e uma vaga recordação de ter me virado para afastar-me também se faz presente, deixando-me ciente de que, em algum momento, pouco antes de me lançar para a escuridão do vazio, eu ainda considerei o fato de que não mereço tamanho conforto.
Mesmo assim, Eijirou não levou isso como verdade, pois suas mãos ao redor da minha cintura e a respiração quente ressoando em minha nuca são fortes indícios de que ele jamais deixaria passar a oportunidade de me ter em seus braços.
É bom — muito bom, na verdade —, mas me deixa... constrangido. Não sei, talvez eu me sinta mais tranquilo com isso do que deveria, Eijirou me traz um conforto que ainda preciso compreender, ou melhor, aceitar. Eu nunca tive alguém na minha cama somente para dormir, porque nunca confiei em ninguém para tal permissão.
Porra... Refletir sobre esses detalhes só me faz ficar perto de surtar, não lido bem com coisas que parecem tão desconhecidas e enraizadas, de maneira que não posso esquecer e fingir que não existem. Aperto o lençol sob os dedos e fecho os olhos com mais força, tentando não sair da cama bruscamente, pois sei que isso fará Kirishima se levantar tão esbaforido quanto.
Tolo sou eu de pensar que ele não despertaria somente de eu me controlar para não correr, pois assim que todo o meu corpo fica tenso pela repentina onda de inexatidão, sinto-o apertar mais minha cintura, puxando-me para perto até estar colando os lábios no meu pescoço, em um ponto perigoso que me faz erguer o queixo e suspirar, trêmulo com o arrepio intenso que percorre minha coluna inteira a partir daquele toque.
— Bom dia... — A voz rouca me atinge em cheio, levando-me a esfregar o rosto com as mãos, já não muito preocupado em mostrar que estou desperto e, logo cedo, puto para um caralho. — Algo errado...?
— Não — respondo sem muita convicção, sabendo que é escroto da minha parte ficar contradizendo o que já é tão nítido, para mim, para ele, para qualquer mísero átomo que esteja orbitando ao nosso redor. Eu não sou nem ao menos capaz de nomear meus sentimentos, então o mais simples me parece ser negá-los, indefinidamente.
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Accordo Di Vaniglia || KiriBaku
FanfictionBakugou Katsuki subiu ao posto de Delegado de Operações Especiais ainda muito novo, dedicando toda sua vida aos estudos e treinamentos, era conhecido por ser focado, estressado e completamente competente em tudo o que faz. Quando um assassinato com...