Capítulo 36 || Noite Serena

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hey hey. 

Bem, vou postar assim mesmo porque imagino que não avancei mais por precisar fazer isso sob os olhos do Bakugou agora, mas temos um Eijirou lidando com as fases do Delegado por aqui. 

Boa leitura! 

[...]

Narrado por Kirishima Eijirou

Confesso que, apesar da notória manobra que tenho feito para manter o Delegado um pouco mais sob minhas vistas, não esperava que ele fosse ceder com tamanha tranquilidade.

Não menti sobre minha intenção de sair para correr, no entanto, sequer esperava vê-lo na minha academia. Por mais insensível e desmoralizador que seja, eu já estava preparado para sua discreta fuga depois de trabalhar por horas a fio, e estava — triste, mas — disposto a acatar sua liberdade de ir e vir, pois não é sufocando-o que conseguirei algum resultado.

Agora, o cenário mudou, e tenho que bolar novas estratégias diante disso.

Seu pedido de desculpas me pegou desprevenido, mas além desse detalhe, me vi completamente perdido por aquela expressão sincera desenhada em seu rosto. O sorriso leve durante as farpas trocadas, sua hesitação ao me ter questionando suas represálias pessoais... Eu realmente quero compreendê-lo, conhecer suas profundezas e desvendar seus abismos. Vejo o quanto ele se reprime, e me pergunto seus motivos.

— Que maravilha... — comento com suavidade, medindo a situação com destreza. Ele está descalço, eu estou sem camisa, vamos resolver isso, mas antes... — Já que não tem como esconder nada de você, gostaria de conhecer lá em cima?

Observo seu semblante neutro e tento deduzir quais são suas reações. Bakugou fica mais expressivo e suscetível à leitura clara quando está sob pressão, mas lidar com sua face relaxada e desprovida de qualquer emoção é um desafio maior, seu treinamento não passa batido.

Ele franze as sobrancelhas por um momento para ponderar, logo me encarando com aquele olhar curioso que eu já conheço em partes.

— Vamos logo ver o que você esconde no terceiro andar de um apartamento grande demais. — O loiro revira os olhos e cruza os braços ao olhar em volta, rapidamente identificando a direção das escadas para subir até o próximo piso do outro lado do salão extenso. Ele sequer me espera ao caminhar em direção ao objetivo e me sinto basicamente um NPC qualquer em sua cena de jogo.

— Eu não estaria te mostrando se estivesse escondendo algo — provoco para não perder o costume, seguindo-o até os degraus, por mais que fique um pouco mais atento às suas atitudes pirracentas. Katsuki não está tão enérgico quanto de costume e preciso medir o quanto isso é bom ou ruim, nossa experiência não foi tão pesada, porém tampouco foi leve.

— Você só está me mostrando o terceiro porque eu descobri o segundo — ele rebate com teimosia e eu nem tento mais evitar, analisando sua reação ao descobrir o que realmente há por aqui.

Fico no topo da escada enquanto ele vai para o meio da sala principal, analisando um corredor à esquerda e a varanda do lado oposto. Seus passos curiosos param em um impasse, cogitando se ele deve explorar os cômodos do corredor ou o lado de fora.

— Posso te mostrar mais quando voltarmos, há muito para conhecer... — Tento atiçar seu espírito de investigador para fazê-lo querer revirar cada canto desse lugar, somente para ter mais da sua presença o quanto for possível.

O ofurô no terraço é realmente encantador.

O Delegado se vira para me encarar, deixando-me frustrado por não ser capaz de adivinhar seus pensamentos. Sua falta de expressão é novidade, mas cogito a ideia de que seu estresse o mantém longe do autocontrole.

Accordo Di Vaniglia || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora