Capítulo 28 || Complacência Pacífica

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hey. 

escrevi como doida novamente e cá estamos. 

nossa, finalmente algum alivio, mas ainda temos certa barra pesada aqui. 

enfim, o desenvolvimento. 

Boa leitura! 

[...]

Narrado por Kirishima Eijirou

Já deve ser final de tarde, a coloração vívida da paisagem arborizada pelas janelas extensas é algo para se apreciar, mas eu certamente posso apenas imaginá-la, pois meus olhos doem demais para que eu tente abri-los para qualquer coisa que seja.

A cama da ala mais cara do hospital pode até ser confortável, no entanto, não aguento mais ficar aqui por tanto tempo. Pensei mesmo que poderia ficar no escritório até que os colírios ajudassem um pouco na dor, foi sorte demais ter Tamaki ficando até tarde para me vigiar a ponto de me encontrar quase desmaiado em cima da mesa.

O breve som da porta sendo aberta me faz curvar as sobrancelhas, o silêncio até o momento tem sido terapêutico de certa maneira, até minha própria respiração tem sido um incômodo sonoro e levei algum tempo para me concentrar em esquecê-la.

— Senhor, boa tarde... — Amajiki é atencioso o bastante para sussurrar como uma alma penada, parecendo até bem confortável em se comunicar assim. — Tem certeza de que não vai ficar um pouco mais? Aquela Doutora assustadora vai atrás de mim se eu te ajudar a fugir.

— Eu vou apenas sair discretamente, Tamaki... Não se preocupe — sussurro e me levanto devagar, sentando-me na beira da cama antes de apoiar as mãos ao lado das coxas. Retiro a máscara de gel que usava para amenizar a pressão sobre as pálpebras, respirando fundo antes de piscar e ajustar minha visão depois de tantas horas.

A primeira coisa que vejo é meu secretário apreensivo, olhando-me com muita dúvida nos intervalos que tem para desviar o olhar da porta. Ele não precisa se preocupar, o chamei no horário certo.

— Relaxa, eu consegui os horários dela com a enfermeira, Dr. Sakura está em uma cirurgia cardíaca, vai levar algumas horas e eu não vou esperar todas elas pela alta — explico antes de retirar o acesso venenoso ainda ligado ao meu braço, um exagero por parte da rosada que insistiu que eu estava sendo teimoso em ignorar minha saúde.

— Kirishima... — Olho para Tamaki fixamente quando o tenho chamando-me pelo nome, pois sei bem que quando passamos da relação de empregado e empregador, seus motivos são sempre bem-vindos. — Você precisa descansar, eu não vou te levar para a empresa. Desmarquei seus compromissos dessa semana, e passei o seu recado para o Delegado hoje pela manhã.

A menção ao loiro me faz suspirar mais uma vez, fechando os olhos para esfregar acima da testa como se isso fosse me render algum alívio. Só de pensar no senhor lindo e problemático Katsuki Bakugou, minha cabeça lateja e a pressão ameaça subir como ontem. Eu sempre amei esse tipo de adrenalina, mas não posso negar que com esse homem a coisa é muito mais intensa.

— A que horas ele ligou? — questiono ao procurar o meu celular em cima da mesa, mantendo a digital sobre a tela por mais de dez segundos para ativar a trava de segurança que eu havia programado. Sakura não deixaria meu aparelho aqui se soubesse que eu poderia ligá-lo, então fingi que estava apenas sem bateria e sem meu carregador.

— Assim que o relógio virou de 7h59 para 8h. Não me deu nem bom dia, ele é bem mandão, né... — O comentário quase me faz rir, mas apenas deixo isso de lado para verificar por mim mesmo se houve mais alguma tentativa de contato por parte dele.

Vejo mensagens do dia anterior, pouco depois que ele deve ter chegado em casa, talvez; mais algumas ameaças disfarçadas pela manhã, antes de ligar para Tamaki, pelo visto; e alguns áudios que infelizmente não poderei escutar por enquanto, enviados por volta de duas horas atrás.

Accordo Di Vaniglia || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora