Capítulo 46 || Cuidados Enfáticos

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hey. 

pra que terapia se eu posso dormir 3h por noite e escrever até 2h da manhã? 

enfim, tenho que dormir. 

Ah, mas vocês só vão ver isso sextakkk então, bom dia. 

boa leitura! 

[...]

Narrado por Kirishima Eijirou

Fico vidrado e obcecado ao observar Katsuki se perdendo no ápice, o espelho pintado de branco enquanto ele absorve completamente cada grama de prazer acumulado, limitado e livre em proporções muito pertinentes. Tenho que lembrá-lo de controlar a respiração, mas a minha própria se perde no compasso acelerado, sinto seu corpo tremendo sob meus dedos e penso em livrá-lo das cordas antes que seja demais, porém, antes que minhas atitudes sigam minhas intenções, Katsuki abre os olhos minimamente e soluça mais alto, cerrando os dentes ao tentar ao menos formar alguma coisa.

— E-Eijirou... Eiji... — Fico em alerta com seu tom sôfrego, os dedos coçando para alcançar seu rosto cheio de lágrimas, ainda que não me mova ou faça qualquer coisa enquanto ele não me diz exatamente o que precisa. Preciso ter noção da sua necessidade para não sobrecarregá-lo, tampouco quero impedir que ele consiga encontrar o caminho com seus próprios meios. — C-Chega...

É tudo que preciso escutar para me levantar e alcançar a tesoura sobre a mesa, logo usando-a para cortar as conexões da amarra em seus pulsos com as dorsais, permitindo que ele possa relaxar os braços e jogá-los para frente, curvando-se no chão para obter o fôlego que precisa.

O ímpeto de confortá-lo e assegurá-lo de que tudo está bem me faz agir ansioso, apoiando a mão em sua lombar levemente. O sobressalto do corpo alheio me faz recuar, mantendo os dedos a centímetros de distância de sua pele quando o vejo se erguer e encolher para longe.

— N-Não me toque...

Quase posso sentir o sabor amargo do medo de Bakugou ao me suplicar por algo tão ínfimo, perdendo o fôlego ao hiperventilar pela consciência de que todos os seus sentidos estão nos limites. Quero poder abraçá-lo, confortá-lo e trazê-lo de volta em segurança, mas entendo que Katsuki tem suas definições, não é novidade que sua aversão ao toque seja uma constante consequência depois de lutar tanto contra ela.

— Tudo bem, apenas respire fundo... — digo ao abaixar minha mão, mantendo-me ali, ao lado dele, mesmo que sem qualquer intenção de me aproximar mais, observando seus olhos se fecharem com força antes que possa tentar seguir meus comandos. — Quando estiver pronto, eu termino de cortar as cordas.

Vejo Katsuki buscar por ar como se tivesse acabado de emergir de um mergulho profundo, desesperado, mas notoriamente aliviado por se lembrar de como é sorver oxigênio. Controlo meu desejo de ficar mais perto, usando o momento de pausa para me acalmar da mesma maneira, aperto a tesoura entre os dedos e começo a retomar a razão para prosseguir, ignorando a pulsação insistente entre as minhas pernas, a excitação que me nubla os sentidos pela cena intensa que perdura em cada célula do meu corpo.

Meu foco permanece em cada movimento do meu submisso, cada mudança de sua expressão ou a tensão se esvaindo de seus músculos trêmulos. O rosto de Katsuki fica fora das minhas vistas quando ele abaixa a cabeça e isso me incomoda, mas não ouso contrariar, ele precisa de tempo, e já consegue respirar mais devagar a cada instante, relaxando os braços que permaneciam flexionados enquanto apoia as mãos no chão.

Obrigo-me a relaxar também, contando os segundos de cada suspiro para manter a cabeça no lugar. Faz tempo desde a última cena que fiz com alguém, principalmente com um submisso inexperiente, e também tão... único. Katsuki não é como qualquer outro que já conheci, seja por não ter qualquer conhecimento ou por ser tão complexo, ele me fascina de maneiras muito mais soberbas.

Accordo Di Vaniglia || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora