Capítulo 10 || Contextos Fragmentados

1.7K 228 235
                                    

Hey hey! Não me aguento, essa história me pegou de jeito e me faz perder o sono.Cá estou com novo capítulo, saiu um pouco diferente do que eu planejava, mas acho que consegui pegar uma essência boa sobre a obsessão do Kirishima. Muito complexo, as vezes fico até perdida no meu próprio desenvolvimento, é algo que sai sem que eu espere de verdade. Enfim, espero que seja agradável! Observação: O idioma que Kirishima usa é sueco.


Boa leitura!


[>>>>>]

Narrado por Kirishima Eijirou

Certamente, jamais estive tão irado nesta vida quanto me sinto neste exato momento, olhando para a expressão malcriada de Katsuki que ainda permanece com a postura altiva, me desafiando mesmo com o ombro baleado e o cansaço evidente em todo o corpo tenso. O carro alvejado por tiros de alto calibre me incomodou, mas não é nada que eu não consiga resolver com algumas ligações; o fato do policial ter se ferido ao colocar-se em perigo desnecessário, sem qualquer apoio ou proteção, isso sim me deixou extremamente colérico, como nunca estive.

Nem mesmo quando meus submissos se faziam desobedientes eu sentia tanta vontade de elevar os níveis do BDSM à mais pura dor, sem qualquer prazer envolvido em uma surra lancinante, mas desta vez, até mesmo fico aliviado por não ser dono de Katsuki plenamente. Provavelmente me arrependeria das marcas que faria em seu corpo por sua atitude imprudente e desvairada, talvez o fizesse nunca mais olhar na minha cara por conta disso e ficaria frustrado por saber que ele consideraria a destruição de Louise como o motivo para tal punição.

É notável minha tensão para esconder os impulsos sádicos de expor minha decepção de forma física, psicológica e emocional, mas Bakugou parece nem mesmo notar, caminhando comigo até o quarto tentando não se apoiar em mim por mais que precise, um olhar vago e opaco ocupando sua expressão estoica de modo preocupante.

Ele está cansado, fragilizado e machucado, mas tenta a todo custo manter-se sob as barreiras imponentes de sua raiva para não demonstrar o que já é evidente. Sou bom em ler as pessoas, mesmo que sejam tão teimosas quanto ele, mas creio que em sua vulnerabilidade atual, eu não seria o único a notar que Katsuki não aguenta mais.

O chamo algumas vezes depois que o coloco sentado sobre a cama, mas sem resposta, preciso agir com o tato, encostando minha mão em seu rosto com delicadeza, para evitar assustá-lo ao trazê-lo de volta à realidade. Seus pensamentos devem estar dispersos e desconexos em coisas demais, focado em assuntos pesados que o tiram o sono não há pouco tempo, mas desde que o conheci, talvez muito antes.

— Bakugou, eu já te chamei três vezes. Me diga o que está acontecendo — Quando consigo contato com as írises vermelhas apagadas pela exaustão, questiono com calma, ignorando todo o sentimento ardente em meu peito para ser o que ele precisa, alguém em que pode confiar para levar a situação, agora que já não pode fazer isso sozinho. Me surpreendo com o quanto seu cabelo é macio sob meus dedos, também com o fato de que não sou afastado com a carícia, aceito como esperava não ser por mais algum período de reconhecimento e construção da confiança.

A resposta não chega e os olhos marejados me deixam perto de ultrapassar mais alguns limites, para pegá-lo em meus braços e não soltar jamais, até que tenha certeza de que se sente bem e seguro. Não tenho sequer desculpas para me aproveitar de seu momento inóspito para ceder aos meus próprios anseios possessivos, muito menos vejo brechas para que essa cena se forme no contexto atual de deprimência. A camisa branca quase inteiramente manchada de sangue me faz retomar a consciência da realidade, levando-me a ordenar o que é preciso para que possa fazer o certo.

Accordo Di Vaniglia || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora