Capítulo 47 || Apoio Indispensável

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Hey hey! 

Eu passei literalmente o mês todo escrevendo esse capítulo aos poucos, então... Vamos adiante. 

Acabou sendo um pouco de drama e comédia, mais comédia do que drama. Enfim, são coisas muito complexas né, os sentimentos envolvidos aqui são bem extensos. 

Vamos com calma e paciência que rola, é isso. Continue a nadar. 

Boa leitura! 

[...]

Narrado por Bakugou Katsuki

Acordo desnorteado, o bastante para não tentar me mover antes de entender onde estou e por que está tão quente ao meu redor. Pisco lentamente, absorvendo os arredores do quarto escuro e esticando com cuidado os joelhos, notando que não é possível fazer isso por completo em virtude de outro par de pernas entrelaçadas às minhas.

Respiro fundo e fecho os olhos novamente, tirando um tempo pra refletir um pouco mais depois de um curto descanso, conseguindo usar minha mente vazia como um bloco de notas em branco.

A sensação de estar acolhido é muito estranha, os dedos de Kirishima estão entrelaçados aos meus, onde deixei minha mão colada ao peito, segurando-o sobre as batidas ritmadas. Por sorte, não despertei de um pesadelo ou lembrança mórbida que me faria ter o coração disparado e nitidamente descompassado sob seus dedos, mas não deixo de me preocupar, mesmo que o ruivo tenha um sono consideravelmente pesado.

Espero que não seja tarde, mas pela sonolência que ainda me acompanha, imagino que não dormi tanto quanto parece. Meu corpo está tão relaxado que nem quero pensar na possibilidade de me levantar, mas o ócio não é algo que me atrai, então vou apenas respirar um pouco e considerar os próximos passos.

Toda essa experiência com as cordas, a restrição e a entrega sem precedentes, eu subestimei tudo isso, em um nível tão grande que me faz refletir sobre a investigação e em como esse assassino pode ser pavoroso com o que é capaz de fazer.

Eijirou se diz sadomasoquista, mas a parte da dor até agora tem sido leviana, ele não tem o desejo intenso de me machucar para ter prazer, na verdade, ele mal se importa com o próprio prazer nessas cenas, até agora eu tenho sido sobrecarregado com seus estímulos sem que ele pensasse em me usar para ter algum. Ele já falou sobre o fato de se satisfazer com isso, mas não consigo abandonar a ideia de que isso seja muito unilateral para o meu gosto, não gosto de pensar que estou em débito de alguma forma.

Espero que minha equipe esteja trabalhando no caso, pois eu mesmo não tenho condições de me concentrar nos detalhes, não depois de me desprender e voltar ao corpo em questão de segundos. Se era a intenção do ruivo, eu não me surpreenderia, mas foi mais eficaz do que eu poderia controlar.

Abro os olhos e suspiro, olhando para as paredes acinzentadas, a neutralidade sendo bem vinda para me fazer sentir certa paz, apenas o eco dos meus pensamentos desconexos soando como sussurros na escuridão. A névoa de torpor está mais densa dessa vez, é diferente da punição, bem mais profunda no meu cerne, como se consumisse qualquer razão que eu possa direcionar à responsabilidades e estresse.

Não queria admitir, porém... Eu precisava de um pouco disso.

Tenho vidas em minhas mãos, um trabalho perigoso e exigente, deveres que poucos seriam capazes de levar sobre as costas por um árduo caminho, mas agora, eu não me importo com porra nenhuma.

Eu deveria me importar, mas isso pode esperar, pelo menos por agora, eu posso ficar apenas quieto e aconchegado nos braços de alguém, certo?

Porra, que merda eu tô pensando!

Accordo Di Vaniglia || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora