Capítulo 45 || Laços de Contingência (Parte 1)

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hey

surtei, postei.

Ficou enorme, como seeempre.

A parte 2 vem no final de semana, eu to só o pó por conta do trabalho e esse cap tava martelando na minha cabeça.

Enfim, temos esse negócio ai de 7K.

Boa leitura, até logo menos se deus quiser e se eu sobreviver até sexta.

[...]

Narrado por Bakugou Katsuki

Sinto-me frustrado, ameaçado pela pergunta tão tola que caiu no meu colo justamente quando decidi ser mais incisivo. Ninguém jamais me perguntou o que eu gosto de fazer, eu sou chamado para fazer o que todos sabem que eu faço de melhor, e pronto.

— Você realmente não tira tempo para si mesmo, não é? — Kirishima pergunta com um tom tão deprimente que me causa ânsia. Como pode ser tão narcisista?

— Claro que não, porra. — Fico ainda mais ansioso quando coloco o sentimento em palavras, imaginando o quão bom deve ser para Eijirou gostar da própria companhia enquanto eu não me suporto. — Por que você acha que eu tô tão puto, caralho?

Tento me afastar da mesa o máximo possível, recostando na cadeira com uma força desnecessária. Tenho que conter ativamente minha raiva, porque eu sei que é muito gasto para pouca coisa, então mantenho os punhos cerrados e me forço a respirar com mais lentidão.

— Você precisa relaxar, isso é questão de saúde.

A voz dele é tão complacente que me dá mais ódio ainda ao recitar coisas que eu claramente já estou sabendo muito bem.

— Não é tão fácil assim, Kirishima... — resmungo o mais breve possível, contendo para mim mesmo os inúmeros julgamentos que estou tendo sobre ele ao ser tão calmo e relaxado, contrastando com meu estresse quase crônico. — E você está fazendo um péssimo trabalho em ocupar meus pensamentos, aliás.

Bufo frustrado depois de dar tanta emoção em uma frase banal, não queria demonstrar de verdade o quanto estou lutando contra essa realidade, mas devo estar fazendo exatamente isso desde que nós saímos daquele apartamento.

— Eu lamento, farei melhor — ele fala parecendo realmente culpado por um instante, tragando o ar visivelmente antes de se inclinar sobre a mesa, chegando mais perto com aquele olhar determinado. — Você confia em mim?

— Sim, Eijirou, eu tenho feito isso até agora... — Sai mais emotivo do que eu pretendia, mas não estou gostando muito do tom dessa pergunta. — O que você tem em mente pra estar me perguntando de novo?

O sorriso enigmático nos lábios ardilosos à minha frente é tudo que tenho como resposta, pois logo o garçom se aproxima com nossos pedidos e eu sou obrigado a ser paciente com o acaso, deixando que ele faça o trabalho dele enquanto fico expectante por informações.

O semblante relaxado e satisfeito no rosto do ruivo me levanta muitas suspeitas, portanto, mal posso piscar ao olhá-lo depois que o garçom se afasta.

— Você está pronto para mais uma cena?

Respiro fundo e pondero seriamente sobre sua pergunta, talvez, até por tempo demais, pois Kirishima parece cada vez mais preocupado com a falta de resposta.

— E-Eu... — Tento expor alguma coisa para confirmar que escutei com clareza, mas não consigo deixar de me prostrar para as inúmeras possibilidades que convém nesse questionamento.

Ele vai me bater? Chicotear? Amarrar? Vendar?

— Não precisa me responder agora, nós podemos pensar nisso com mais calm-

Accordo Di Vaniglia || KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora