Aisha Collins
Gritos. Era o que eu escutava.
Gritos desesperados se escutava por todo lugar. Minha respiração acelerou enquanto olhava em volta, e a única coisa que eu conseguia ver era paredes arranhadas e manchadas de sangue. Não sabia onde eu estava, mas parecia ser um hospital.
Percebi que eu estava deitada em uma maca, e tentei me levantar, mas meus braços estavam amarrados, assim como minhas pernas. O desespero tomou conta de cada célula do meu corpo.
Okay, isso está parecendo mais um hospício.
Tentei me soltar, puxando com força meus pulsos presos, na esperança da corda que me prendia se soltar. Mas isso não estava funcionando.
Escutei um barulho de chaves, e olhei rapidamente para a porta que estava a minha frente. Um medo absurdo tomou conta de mim, e eu comecei a chorar compulsivamente. Não sei o que estava atrás da porta, mas estava me fazendo sentir uma sensação estranha. Uma sensação de desespero.
A porta se abriu lentamente, prendi minha respiração inconscientemente. As luzes começaram a piscar, e mesmo em meio da escuridão e luz, consegui ver nitidamente a pessoa que estava na minha frente.
Uma pessoa? Não. Uma pessoa não... Aquilo não era uma pessoa.
Me olhava atentamente, com olhos totalmente pretos, assim como seu cabelo. Tinha um sorriso macabro no rosto, o que me permitia ver que suas presas não eram normais, e sim enormes. Sangue pingava de sua boca, e ele lentamente se aproximou de mim, fazendo meu choro piorar. Tentei novamente me soltar, dessa vez mais agitada fazendo as cordas se cavarem com força nos meus pulsos, chegando a arder o local, mas a adrenalina não me permitia parar.
Seu sorriso aumentava conforme olhava meu medo. Conseguia ver na escuridão de seus olhos, a diversão em me ver aterrorizada. Era como se deliciasse com a minha cena de puro desespero.
Quando parou de pé, ao meu lado, consegui sentir o forte cheiro de sangue que vinha dele. Meus olhos estavam arregalados, enquanto olhava cada mínimo movimento que ele fazia. Ele também me olhava atentamente, sempre mantendo o sorriso no rosto.
Aproximou sua mão, também suja de sangue, do meu rosto e fez uma leve carícia na minha bochecha direita, enquanto eu tentava me desviar do seu toque, que sujava todo meu rosto de sangue. Quando ele percebeu minhas tentativas de me afastar, agarrou com força minhas bochechas com uma mão, e abaixou seu rosto ficando a centímetros do meu.
— Bem vinda ao seu inferno particular, docinho. — escutei ele falar com uma voz rouca. — E feliz aniversário... — disse aumentando seu sorriso.
No momento seguinte que as palavras foram ditas, senti meu corpo queimar, mesmo sem ter uma única chama acesa no ambiente. Ele se afastou devagar, enquanto comecei a gritar, mas parecia que meu grito era só mais um naquele lugar.
...
Acordei em um pulo, com a respiração acelerada e o corpo suado. Olhei para todos os lados com medo de ainda estar naquele lugar, mas eu estava sentada na minha cama. No meu quarto.
Respirei fundo, tentando normalizar minha respiração. Olhei meus pulsos garantindo que não tinha nenhuma cicatriz de corda.
"Respira Aisha. Foi só um pesadelo..."
Olhei meu relógio em cima da mesinha de cabeceira, e vi que eram 3h da manhã. Feliz aniversário para mim.
Passei minhas mãos pelos meus cabelos, sentindo eles úmidos de suor. Minhas roupas estavam grudadas em mim, e eu sentia minha pele quente. E o mais estranho é que aqui em New York deve estar fazendo uns 2° lá fora.
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Dark Soulmate
HorrorVocê acredita em almas gêmeas? Você acredita que um ser tão sádico e cruel poderia ser a alma gêmea de alguém? Por um azar de Aisha, seu destino foi entrelaçado com o de Nicholas, um demônio que quer matar ela, mas não pode porque a vida dos dois e...