30| monster

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Aisha Collins

— Você só tinha que ficar aqui dentro e nem isso você conseguiu? — disse Nicholas quando entramos na casa.

— Mas esse passarin-

— Porra, colocou sua vida em risco por causa de um maldito passarinho? — perguntou aumentando um pouco a voz cortando minha fala.

— Ele caiu da árvore e iria morrer. — eu disse olhando para o animalzinho em minhas mãos.

Ainda tinha que concertar suas asas.

— Deixasse ele morrer. — eu o encarei indignada.

— O que? Não!

— Você é uma idiota. — disse parecendo ficar cada vez mais irritado. — É a porra da natureza.

— Mas eu poderia fazer algo pra ajudar e eu fiz. — eu disse começando a andar e passei por ele, para ir concertar as asinhas do passarinho, que a todo momento piava.

Meus passos foram interrompidos quando Nicholas o tirou de minhas mãos, me fazendo entrar em alerta.

— O que está fazendo? — perguntei tentando pegar de volta, enquanto o via apertar o passarinho em suas mãos me fazendo arregalar meus olhos.

— Passarinho irritante. — disse e eu comecei a me desesperar ao ver suas mãos cobrir todo o passarinho e provavelmente o sufocar.

— Se você matar ele vai ter sido atoa o risco que corri. — disse pegando em suas mãos e tentando o fazer abrir elas.

Percebi ele apertar com mais força e senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas não derramei nenhuma, até ele abrir suas mãos deixando o passarinho cair no chão. Seu corpinho deu alguns espasmos, até eu ouvir as últimas batidas de seu coração e percebi que ele havia morrido.

— E foi mesmo, você acha que tinha como curar ele? Você é veterinária por acaso porra? — escutei sua voz, mas eu estava impactada pelo que aconteceu. — Você só iria adiar o sofrimento dele.

— Você é um... — minha voz saiu embargada, enquanto pensava no que o chamar. — Um monstro. — o encarei com raiva, vendo Nicholas revirar seus olhos.

Tentava segurar o choro, mas estava difícil.

Ele matou um passarinho indefeso sem motivo nenhum.

— E você é burra. — disse dando um passo pra frente. — Se continuar assim vai morrer mais rápido do que eu espero.

— E eu estou começando a preferir, deve ser mais agradável passar a eternidade no inferno, do que ter que passar do seu lado. — eu disse sentindo minhas bochechas molhadas.

Aos poucos, tudo o que era possível ver em seus olhos era apenas raiva.

— Seu pai tem razão, você vai destruir tudo na minha vida até não sobrar nada. — eu disse sentindo meu coração acelerado. — Você é uma pessoa horrível para se ter por perto, e Deus... Como eu queria nunca ter te conhecido.

Nicholas não me disse nada, apenas me olhou cada vez mais irritado e eu percebi isso ao ouvir sua respiração ficar mais pesada.

Limpei minhas bochechas molhadas e me esforcei a parar de chorar.

— De qualquer forma, não importa mais. — eu disse e comecei a andar em direção a porta.

Não é só pelo passarinho, é por tudo, tudo o que ele já me fez passar.

— Onde você pensa que vai? — perguntou ao me ver segurar a maçaneta da porta.

— Ir embora. — eu disse me virando pra ele, o vendo franzir o cenho.

— Ele ainda está atrás de você.

— Ele me propôs um acordo. — eu disse e ele soltou um riso incrédulo.

— Um acordo? — perguntou com deboche.

— Sim e eu vou aceitar. — eu disse abrindo a porta.

Não dei nem um passo para fora da casa porque Nicholas me puxou de volta para dentro.

— Me solta! — gritei enquanto ele me puxava até o sofá.

Ele me jogou no sofá brutalmente, fazendo alguns fios do meu cabelo cair em meu rosto e eu o encarei assustada enquanto tirava os fios da frente de meus olhos.

— Para de ser burra. — ele disse irritado em minha frente.

— Me deixe ir. — eu disse me levantando, mas ele me empurrou novamente.

O encarei irritada.

— Você não se atreva a sair dessa casa, Aisha. — falou apontando seu dedo na minha cara.

— Você não manda em mim. — retruquei batendo em sua mão para abaixa-la. — Eu tenho todo o direito de fazer o que eu quiser com minha vida.

— Não, não tem. — ele disse e eu o encarei indignada.

— Ele já sabe onde estamos de qualquer forma.

— Ele não pode entrar aqui. — disse e se aproximou para se abaixar, apoiando suas mãos no encosto do sofá atrás de mim, ficando cara a cara comigo. — E você não vai sair daqui se não eu-

— Você está me ameaçando para eu não morrer? — perguntei o interrompendo.

Empurrei ele e me levantei, dessa vez não dando espaço para ele me empurrar.

— Estou te salvando de uma burrice que você poderia fazer. — disse me encarando sério. — Que acordo que ele te propôs?

— Trocar minha alma pela do Carl. — eu disse e ele soltou uma risada debochada.

— Nem fodendo que você iria aceitar isso. — ele disse negando com a cabeça.

— Por que? — perguntei não entendendo.

— Porque ele é insignificante.

— Pra mim não. — eu disse e ele me encarou sério.

— Foda-se, você não vai fazer isso. — disse se aproximando.

— Você não pode me manter presa aqui. — o empurrei ao notar que ele estava se aproximando muito.

— Se atreva a sair daqui e você vai conhecer o monstro que eu sou. — ele disse segurando meus pulsos com força. — Você e a puta da sua mãe.

Engoli em seco e ele me soltou, saindo da sala e me deixando sozinha.




























Desculpem a demora e o capítulo curtinho, estava com pouca criatividade hoje. O próximo tento recompensar

Talvez eu poste outro amanhã, mas só talvez

Me sigam no insta: hydrxx__

Até o próximo capítulo, bjss ♡

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora