Aisha Collins
— Você só tinha que ficar aqui dentro e nem isso você conseguiu? — disse Nicholas quando entramos na casa.
— Mas esse passarin-
— Porra, colocou sua vida em risco por causa de um maldito passarinho? — perguntou aumentando um pouco a voz cortando minha fala.
— Ele caiu da árvore e iria morrer. — eu disse olhando para o animalzinho em minhas mãos.
Ainda tinha que concertar suas asas.
— Deixasse ele morrer. — eu o encarei indignada.
— O que? Não!
— Você é uma idiota. — disse parecendo ficar cada vez mais irritado. — É a porra da natureza.
— Mas eu poderia fazer algo pra ajudar e eu fiz. — eu disse começando a andar e passei por ele, para ir concertar as asinhas do passarinho, que a todo momento piava.
Meus passos foram interrompidos quando Nicholas o tirou de minhas mãos, me fazendo entrar em alerta.
— O que está fazendo? — perguntei tentando pegar de volta, enquanto o via apertar o passarinho em suas mãos me fazendo arregalar meus olhos.
— Passarinho irritante. — disse e eu comecei a me desesperar ao ver suas mãos cobrir todo o passarinho e provavelmente o sufocar.
— Se você matar ele vai ter sido atoa o risco que corri. — disse pegando em suas mãos e tentando o fazer abrir elas.
Percebi ele apertar com mais força e senti meus olhos se encherem de lágrimas, mas não derramei nenhuma, até ele abrir suas mãos deixando o passarinho cair no chão. Seu corpinho deu alguns espasmos, até eu ouvir as últimas batidas de seu coração e percebi que ele havia morrido.
— E foi mesmo, você acha que tinha como curar ele? Você é veterinária por acaso porra? — escutei sua voz, mas eu estava impactada pelo que aconteceu. — Você só iria adiar o sofrimento dele.
— Você é um... — minha voz saiu embargada, enquanto pensava no que o chamar. — Um monstro. — o encarei com raiva, vendo Nicholas revirar seus olhos.
Tentava segurar o choro, mas estava difícil.
Ele matou um passarinho indefeso sem motivo nenhum.
— E você é burra. — disse dando um passo pra frente. — Se continuar assim vai morrer mais rápido do que eu espero.
— E eu estou começando a preferir, deve ser mais agradável passar a eternidade no inferno, do que ter que passar do seu lado. — eu disse sentindo minhas bochechas molhadas.
Aos poucos, tudo o que era possível ver em seus olhos era apenas raiva.
— Seu pai tem razão, você vai destruir tudo na minha vida até não sobrar nada. — eu disse sentindo meu coração acelerado. — Você é uma pessoa horrível para se ter por perto, e Deus... Como eu queria nunca ter te conhecido.
Nicholas não me disse nada, apenas me olhou cada vez mais irritado e eu percebi isso ao ouvir sua respiração ficar mais pesada.
Limpei minhas bochechas molhadas e me esforcei a parar de chorar.
— De qualquer forma, não importa mais. — eu disse e comecei a andar em direção a porta.
Não é só pelo passarinho, é por tudo, tudo o que ele já me fez passar.
— Onde você pensa que vai? — perguntou ao me ver segurar a maçaneta da porta.
— Ir embora. — eu disse me virando pra ele, o vendo franzir o cenho.
— Ele ainda está atrás de você.
— Ele me propôs um acordo. — eu disse e ele soltou um riso incrédulo.
— Um acordo? — perguntou com deboche.
— Sim e eu vou aceitar. — eu disse abrindo a porta.
Não dei nem um passo para fora da casa porque Nicholas me puxou de volta para dentro.
— Me solta! — gritei enquanto ele me puxava até o sofá.
Ele me jogou no sofá brutalmente, fazendo alguns fios do meu cabelo cair em meu rosto e eu o encarei assustada enquanto tirava os fios da frente de meus olhos.
— Para de ser burra. — ele disse irritado em minha frente.
— Me deixe ir. — eu disse me levantando, mas ele me empurrou novamente.
O encarei irritada.
— Você não se atreva a sair dessa casa, Aisha. — falou apontando seu dedo na minha cara.
— Você não manda em mim. — retruquei batendo em sua mão para abaixa-la. — Eu tenho todo o direito de fazer o que eu quiser com minha vida.
— Não, não tem. — ele disse e eu o encarei indignada.
— Ele já sabe onde estamos de qualquer forma.
— Ele não pode entrar aqui. — disse e se aproximou para se abaixar, apoiando suas mãos no encosto do sofá atrás de mim, ficando cara a cara comigo. — E você não vai sair daqui se não eu-
— Você está me ameaçando para eu não morrer? — perguntei o interrompendo.
Empurrei ele e me levantei, dessa vez não dando espaço para ele me empurrar.
— Estou te salvando de uma burrice que você poderia fazer. — disse me encarando sério. — Que acordo que ele te propôs?
— Trocar minha alma pela do Carl. — eu disse e ele soltou uma risada debochada.
— Nem fodendo que você iria aceitar isso. — ele disse negando com a cabeça.
— Por que? — perguntei não entendendo.
— Porque ele é insignificante.
— Pra mim não. — eu disse e ele me encarou sério.
— Foda-se, você não vai fazer isso. — disse se aproximando.
— Você não pode me manter presa aqui. — o empurrei ao notar que ele estava se aproximando muito.
— Se atreva a sair daqui e você vai conhecer o monstro que eu sou. — ele disse segurando meus pulsos com força. — Você e a puta da sua mãe.
Engoli em seco e ele me soltou, saindo da sala e me deixando sozinha.
Desculpem a demora e o capítulo curtinho, estava com pouca criatividade hoje. O próximo tento recompensar
Talvez eu poste outro amanhã, mas só talvez
Me sigam no insta: hydrxx__
Até o próximo capítulo, bjss ♡
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Dark Soulmate
KorkuVocê acredita em almas gêmeas? Você acredita que um ser tão sádico e cruel poderia ser a alma gêmea de alguém? Por um azar de Aisha, seu destino foi entrelaçado com o de Nicholas, um demônio que quer matar ela, mas não pode porque a vida dos dois e...