54| game

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Aisha Collins

Estava chovendo muito forte, além dos relâmpagos que a cada trovão iluminava a casa inteira. O barulho do vento era assustador assim como o filme de terror que Nicholas havia escolhido.

Sinceramente, eu não estava assistindo.

Quando eu terminei de jantar e me sentei ao seu lado no sofá para tentar assistir com ele, mas desisti no momento em que percebi que o filme era um de terror.

Não fui para o quarto porque Nicholas debochou do meu medo e para provar que eu não estava com medo, fiquei na sala mexendo e meu celular. Mas apenas o som do filme era o suficiente para me deixar aterrorizada.

As vezes eu encarava a televisão, mas rapidamente desviava. Nicholas notava e eu o via rir de mim.

— Vou ao banheiro. — avisei jogando meu celular no sofá e me levantando indo em direção ao banheiro.

Quando terminei de fazer xixi e erguer minha calça de moletom, a luz piscou três vezes antes de apagar de vez.

— Droga. — resmunguei tateando a parede até chegar na porta.

Sai no corredor vendo tudo escuro e fiz uma careta de medo. Para uma vampira meio anjo eu sou bem cagona.

O corredor era iluminado as vezes apenas pela luz dos raios, sendo acompanhado de um alto barulho do trovão. Fui lentamente para a sala com medo de esbarrar em algo e quando cheguei lá, tentei achar Nicholas no sofá, mas ele não estava mais lá.

— Nicholas? — chamei ligando o flash do meu celular e indo para a cozinha.

Ele não me respondeu e eu não escutava nada além do barulho da chuva caindo lá fora.

Entrei na cozinha não vendo nenhum sinal de que ele estava ali e eu já comecei a fica com medo. Mil paranóias se passaram na minha cabeça.

Subi para o quarto e também não o vi.

Um grito escapou da minha garganta ao sentir algo agarrar meu braço e me puxar contra a pessoa. Por conta do meu grito, me empurraram contra a parede e tampou minha boca.

Ergui a luz na altura do rosto percebendo ser Nicholas, que ria e se divertia do meu desespero.

— Tira essa luz da minha cara. — abaixou minha mão.

— Você é um idiota. — tentei o empurrar mas ele não se afastou.

— Vamos fazer um jogo? — perguntou se aproximando mais e eu o encarei. — Aproveitar que estamos sem luz.

— Que jogo? — o tom desconfiado na minha voz era nítido.

— É bem simples e inofensivo. — sorriu. — Você se esconde e eu tenho que te achar.

— E o que acontece se você me achar? — perguntei me interessando pela brincadeira.

— Aí você só descobre quando eu te achar. — senti sua mão puxar minha cintura.

— Você é algum tipo de sadomasoquista e não me contou? — perguntei em tom de brincadeira fazendo ele rir.

— Eu sou um demônio e eu gosto do desespero. — arqueei uma sobrancelha.

— Então você quer me assustar?

— Vamos fingir que estamos em um filme de terror e você é a protagonista, e eu o assassino psicopata que quer te matar. — ele disse e eu ri da ideia maluca dele e me sentindo ainda mais maluca por me excitar com a ideia. — Você seria a final girl, ou a que morre nos primeiros minutos?

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora