06| you are my karma

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Aisha Collins

— Já estou indo, filha. — disse minha mãe dando duas batidas na porta antes de abrir e entrar no meu quarto.

Eu estava na minha cama, enquanto minha ficha não havia caído totalmente. Carl estava morto. Eu ficava o tempo todo vendo as poucas fotos que eu tinha nossa no meu celular, me lembrava dos nossos momentos juntos. No trabalho.

— Tudo bem. — eu disse tentando disfarçar que eu estava chorando, mas isso era muito visível, por conta dos meus olhos inchados e vermelhos.

— Nicholas disse que vai chegar daqui uns minutos, tenho certeza que você vai ficar melhor com sua companhia. — ela disse e eu engoli em seco, tentando disfarçar meu desconforto.

Eu não queria ficar com ele.

— Claro. — eu disse sentindo um gosto amargo e tentando evitar que minha voz saia irônica.

— Tchau. — disse dando um beijo na minha testa e depois saiu do quarto.

Me deitei na minha cama e fiquei olhando fixamente para o teto, mas não era porque eu queria, era mais como se eu não tivesse forças para fazer qualquer outra coisa. Eu não queria fazer mais nada. Escutei um barulho no primeiro andar da minha casa, mas eu não poderia me importar menos se fosse um bandido ou algo do tipo. No fundo, eu rezava que fosse um bandido e não Nicholas.

É claro que não era um bandido.

— Você parece estar mal, docinho. — escutei sua voz debochada e eu franzi o cenho, vendo que ele simplesmente apareceu no meu quarto, sem passar pela porta como alguém normal.

Ah, me esqueci. Ele não é normal.

— Cala a boca. — disse em um tom ríspido, já sentindo novamente vontade de chorar.

Nicholas deu uns passos para frente, ficando em pé na lateral da minha cama e me olhando de cima, me fazendo apenas inclinar um pouco a cabeça pro lado para olha-lo nos olhos. Nos seus olhos negros que me causar calafrios, medo e ódio.

— Deveria controlar suas palavras, antes que eu corte sua língua. — ele disse abrindo sorriso sínico.

Eu ri irônica, enquanto me sentava na minha cama.

— E você vai fazer o que? Já não acha que fez merda o suficiente na minha vida? — disse irritada, mas a irritação deu lugar ao medo, quando ele me pegou de surpresa, agarrando minha bochechas e se abaixando, para aproximar seu rosto do meu.

E como sempre, a diversão em ver meu desespero estava presente em seus olhos escuros.

— Isso não foi nada do que eu sou capaz, doce Aisha... — disse chegando perto do meu rosto. — Se comporte, e quem sabe, eu deixe a puta da sua mãe viver.

Senti meus olhos marejarem e um sentimento de ódio no meu peito, em ouvir ele xingando minha mãe.

— Não fala da minha mãe. — eu disse trincando meu maxilar e agarrando seu pulso com força, para o fazer soltar meu rosto.

— E o que você vai fazer? — perguntou irônico soltando meu rosto e eu me afastei, me arrastando sentada até o outro lado da cama. — Nada, você não vai fazer porra nenhuma e sabe porque?

Perguntou e eu desviei o olhar, enquanto minha respiração ficava ofegante.

— Porque você é covarde. — disse subindo na minha cama e engatinhando até mim, que quase caí da cama quando tentei me afastar mais.

— Você é um monstro. — eu disse em um tom baixo, enquanto eu me sentava na beirada da cama e ele estava próximo a mim.

— Eu sei. — disse sorrindo perverso.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora