08| who are you?

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Aisha Collins

Duas semanas se passaram desde o enterro de Carl e o aparecimento daquela mulher na minha casa. Não vi Nicholas esses dias, mas tenho a impressão que ele esta me vigiando.

Entrei na cafeteria que eu trabalho, coloquei o avental e fui direto para o balcão começar mais um dia. Era estranho trabalhar sem ter Carl ali, e todos os dias que eu vim trabalhar, me dava vontade de chorar quando eu olhava para o caixa e não via ele lá. Contrataram uma nova funcionária, era uma garota chamada Alana. Resolvi não me aproximar muito, com medo dela virar o próximo alvo de Nicholas. Era estranho a forma como ele foi substituído tão rápido no trabalho. Me faz pensar em como somos substituíveis.

Sai dos meus pensamentos quando o primeiro cliente entrou no estabelecimento e eu fui atendê-lo. As horas foram passando, e mais e mais clientes entravam e saíam. Eu estava gostando da movimentação e ter que fazer algo a todo momento, desse jeito não sobrava tempo para pensar.

— O que deseja? — perguntei para o cliente que levantou a mão, me chamando.

— Um café e um pedaço de torta de limão. — ele disse me olhando sorrindo.

Quando olhei em seus olhos, senti uma sensação estranha.

— Algo mais? — perguntei enquanto terminava de anotar seu pedido e tentava ignorar a sensação de desconfiança e desconforto que senti. Deve ser culpa de tudo que tenho vivido ultimamente.

— Só isso. — ele disse e eu concordei, voltando para o balcão e entregando o pedido para Alana preparar, enquanto voltava a atender os outros clientes.

Enquanto eu andava pra lá e pra cá, anotando e entregando os pedidos, eu sentia que aquele cliente que eu senti algo estranho, estava me observando. Quando o pedido dele ficou pronto, levei até ele seu café e sua torta, percebendo que ele ficou me encarando atentamente, me deixando nervosa enquanto colocava a xícara em sua frente.

— Obrigado. — agradeceu e eu dei um sorriso gentil, logo depois me afastando rapidamente. — Espera um segundo. — escutei sua voz e eu me virei.

— Sim? — perguntei educada.

— Eu posso te ajudar. — ele disse e eu inclinei minha cabeça um pouco, confusa e desconfiada.

— Com o que?

— Com Nicholas. — ele disse lentamente e em um tom baixo, como se fosse um segredo.

Senti uma leve náusea e engoli em seco. Já ouvi isso antes em outras palavras e minutos depois, estava me afogando na cozinha da minha casa.

— Eu sei que está com medo, mas eu não estou mentindo pra você. — ele disse me olhando sério, enquanto dava um gole do café.

— Me deixa em paz. — eu disse e me afastei sem dar tempo dele falar mais nada.

Enquanto voltava a atender os clientes, ainda sentia seu olhar em mim. Tempo depois, ele pagou o café e a torta, e foi embora, me permitindo respirar com mais facilidade. Eu não sabia se ele era uma ameaça para mim, mas eu sabia que tinha que ficar em alerta.

Algumas horas a mais se passaram e o movimento estava mais lento, o que me fazia me sentir ainda mais vazia sem Carl. Nesses momentos, era quando ficavamos conversando, mas ele está morto. Por minha causa e eu vou ter que viver com isso. Respirei fundo, batucando meus dedos no balcão, enquanto rezava mentalmente para algum cliente chegar pra mim atender.

Vi o relógio apontar 12:00 com os ponteiros, era o horário do meu almoço. Sai pelos fundos depois que tirei o avental e peguei minha bolsa. Caminhei em direção ao restaurante em que eu almoço todos os dias e entrei nele, me sentando em uma mesa e pedindo o que peço sempre.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora