04| leave us alone

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Aisha Collins

Minha respiração estava acelerada, e meu coração batia rapidamente no meu peito. Eu o matei? Eu matei alguém?

Com meu corpo trêmulo, andei novamente de volta ao quarto do Carl. Mesmo Nicholas se demonstrando ser uma pessoa horrível, não iria conseguir conviver com o fato de que eu tirei a vida de alguém.

Engoli em seco, e abri a porta do quarto. Carl estava sentado na cama enquanto conversava com sua mãe. Os dois notaram minha presença e a conversa se encerrou. Quando Carl me olhou, notei que em seu olho tinha um curativo. O olho que Nicholas o feriu.

Entrei lentamente, fechando a porta atrás de mim.

— Vou deixar vocês dois a sós. — disse Beatrice se levantando da cadeira que estava sentada.

Ela me lançou um sorriso e saiu do quarto. Se soubesse que eu era a culpada disso, não iria sorrir para mim.

— Como você está? — perguntei me aproximando da cama.

— Confuso. — disse franzindo o cenho. — Você... Eu estava sonhando, eu acho.

— Não, não era sonhos. — eu disse e ele me olhou mais confuso. — Eu estive no seu "sonho" não estive?

— Sim. — sussurrou parecendo estar assustado. — Q-quem era...?

— Nicholas. — eu disse apenas seu nome, porque eu não sabia nada sobre ele. — Mas não tem mais com o que se preocupar.

— Como não? Se foi verdade ele- — Carl engoliu em seco antes de continuar. — Eu estou cego de um olho, Aisha. — arregalei meus olhos.

Eu não sabia que se Nicholas machucasse nos pesadelos, poderia afetar na vida real.

— E sua perna? — perguntou preocupado.

— Eu estou bem. — eu disse.

— Eu não entendo, como ele fez isso? O que ele é? — me perguntou confuso, mas eu não poderia o responder porque eu também não sabia a resposta dessas perguntas.

— O que importa, é que ele não vai mais nos incomodar. — eu disse segurando sua mão.

— Como pode ter tanta certeza? — perguntou e eu engoli em seco.

— Eu o derrubei do terraço. — eu disse baixo. — Acho que o matei. — terminei vendo que seus olhos se arregalaram.

— Você o matou? — disse um pouco alto e surpreso.

— Shiu. — pedi colocando minha mão na sua boca. — Eu não quero ser presa por assassinato. — disse desesperada.

— E como sabe se ele morreu? Ele não parecia ser uma pessoa normal, atrevo a dizer que nem parecia ser humano. — ele disse e eu neguei com a cabeça.

— Tenho certeza, é impossível alguém sobreviver a uma queda da altura do terraço.

— Ele não parece ser alguém normal. — disse parecendo assustado.

— Relaxa, tá bom? Eu... Ele morreu. — disse tentando acalmar Carl.

Eu não sabia se o fato de Nicholas ter morrido me acalmava totalmente. Eu não deveria ter o matado e algo no fundo do meu coração, por algum motivo, estava se revirando em angústia por pensar que ele estava morto.

— Você não tem noção das coisas que ele me disse e me fez... — disse em um tom de voz baixo e desesperado, enquanto olhava suas mãos em cima de seu colo.

— Vai ficar tudo bem agora. — eu disse me sentando na beirada da cama, tentando acalma-lo.

Carl concordou com a cabeça.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora