Dark Soulmate

28| word man

Aisha Collins

Eu aceitei ir assistir o que Nicholas iria fazer com o homem no porão, mas assim que ele começou eu não consegui ficar por muito tempo.

O homem merece sofrer, mas eu não tenho estômago o suficiente para ver. Nicholas me disse que hoje seria o último dia dele na terra, o que me deixa feliz.

Fui a cozinha e fiz café.

Me sentei em frente a TV com minha xícara de café em mãos para assistir os desenhos que passava. Era a melhor programação que tinha no horário.

Depois de uma hora mais ou menos, Nicholas sobe coberto de sangue e puxando um saco preto pra fora da casa.

Eu coloquei a xícara em cima da mesinha de centro e respirei fundo. Eu estava começando a ficar angustiada em ficar aqui dentro, eu me sentia presa. Me encostei no sofá, inclinando a minha cabeça pra trás e olhei pro teto, sentindo um tédio profundo me consumir.

Levantei a cabeça ao ouvir o som da porta se fechar.

— Até quando eu vou ter que ficar aqui? — perguntei quando Nicholas entrou.

— Não sei. — me respondeu indo em direção as escadas.

Me levantei para o seguir.

— Como não sabe? Eu não quero viver aqui pra sempre. — eu disse angustiada.

— Não seja dramática. — ele disse abrindo a porta do seu quarto e entrando, comigo o seguindo.

— Não é drama, mas você não parece estar fazendo algo pra resolver isso. — ele se virou pra mim sério.

— Você que não está fazendo porra nenhuma e ainda está reclamando? — perguntou irritado.

— E o que eu poderia fazer? — perguntei começando a me irritar também, principalmente pela forma que ele falou comigo. — O pai é seu.

Vi ele respirar fundo e se virar de costas pra mim novamente, indo em direção ao guarda roupa que tinha no quarto.

— Não me ignora. — eu disse vendo ele procurar alguma roupa.

Ele continuou me ignorando quando pegou uma camiseta preta e tirou a suja de sangue que estava usando.

Olhei para suas costas e reparei que tinha algumas cicatrizes nela. Quase não dava para ver por conta das tatuagens, mas eu consegui reparar a elevação da pele.

Ele colocou a camiseta e se virou pra mim novamente.

— Para de me encher o saco.

— Então me fala o que você vai fazer para resolver isso, eu não vou aguentar ficar aqui por muito tempo. — eu disse e ele revirou os olhos.

— Você está chata pra caralho. — ele disse se aproximando e eu cruzei meus braços. — E está aqui a menos de uma semana.

— Isso já é o suficiente pra me levar ao tédio extremo.

— Melhor do que morrer, não acha? — ele disse com ironia.

Nicholas saiu do quarto e eu o segui, ouvindo ele respirar fundo.

— Por que você não faz como o Ethan falou e conversa com seu pai. Porque ele é tipo... o seu pai. — eu disse e ele continuou andando até a sala.

— Já falei que isso não vai acontecer.

— Por que? — perguntei e ele não me respondeu. — Se você contasse sobre sua... Infância, talvez seu pai parasse de querer me matar.