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Aisha Collins

— Onde você foi? — perguntei assim que Ethan e Victoria foram embora.

— Resolver umas coisas. — disse dando de ombros enquanto pegava sua calça de moletom de dormir.

— Essas coisas não envolvem a doutora Katlyn, não é? — cruzei meus braços vendo ele se virar para mim.

— Não. — respondeu tranquilo me encarando.

— Eu te conheço, sei muito bem que você deve ter ido a ameaçar. — me aproximei dele. — Me fala logo.

Ele suspirou.

— Não fui a ameaçar, fui a questionar. — franzi meu cenho. — Acho que é importante que eu saiba o porquê dela me achar abusivo.

— E você não faz nenhuma ideia do porquê disso? — perguntei com ironia.

— Não. — respondeu simples. — Posso sim ter alguns defeitos, mas não diria que sou abusivo.

Ele andou em direção ao banheiro com sua calça e toalha em mãos.

— Acho que quem precisava de um psicólogo era você. — murmurei.

Como se uma lâmpada se acendesse em cima da minha cabeça, uma ideia me surgiu em mente.

— E se a gente fizesse tipo uma terapia de casal, já que você não iria sozinho. — Nicholas se virou lentamente para mim.

— Não. — negou na hora, sem nem mesmo pensar na possibilidade.

— Você não disse que queria ser melhor para mim? Então, terapia é a melhor solução. — ele arqueou uma sobrancelha enquanto eu me sentava na cama.

— Acho que a abusiva aqui é você, tentando me fazer chantagem emocional. — ele disse me encarando e eu revirei meus olhos.

— Uma vez só, se você não gostar nunca mais fazemos. — juntei minhas duas mãos implorando.

— Não.

— Por que? — perguntei sem entender.

— Não gosto da ideia de ter alguém me avaliando e sabendo da minha vida, muito menos do que eu penso. — Nicholas entrou no banheiro e fechou a porta, me deixando sozinha em seu quarto.

Bufei e subi mais para cima na cama, ficando sentada encostada na cabeceira.

Acredito que seria interessante se fizéssemos terapia juntos e com certeza melhoraria nossa relação em mil por cento. Mas é claro que o cabeça dura do Nicholas nunca aceitaria.

Me cobri com o cobertor e fiquei mexendo no meu celular esperando o sono chegar. Escutei o chuveiro desligar e logo ele já estava novamente no quarto.

Nicholas vestia apenas sua calça de moletom e eu tentei não encarar demais seu abdômen.

— Você falou casal? — perguntou se aproximando.

— O que? — perguntei desviando o olhar da tela do celular para ele, que se sentava na cama ao meu lado.

— Quando você sugeriu que fizéssemos terapia, você disse terapia de casal. — ele abriu um sorriso enquanto se cobria. — Você nos considera um casal, docinho?

— Bom, tecnicamente somos. Eu não posso ficar com ninguém além de você e você também não fica com ninguém. — respondi colocando minha franja atrás da orelha.

— E você queria ficar com quem mais? — perguntou franzindo a sobrancelha e eu dei de ombros.

— Você nunca vai saber. — abri um sorriso vendo uma carranca se transformar em seu rosto.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora