14| rage

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Aisha Collins

Um mês se passou e tudo está calmo agora, calmo até demais. Nicholas continua procurando alguém para quebrar a ligação de nossas vidas, mas todas as bruxas se negam a fazer isso quando ele fala quem ligou nossas vidas. E eu só me questiono, o que Nicholas fez para irritar o diabo e porque eu?

Na primeira semana, tive que suportar Nicholas no meu pé para todo lugar que eu ia, inclusive meu trabalho. Ele me vigiava para garantir que eu não mataria ninguém. Ele me "ensinou" a me controlar, mas ele é muito impaciente, e sempre acabava com nós dois discutindo e eu com vontade de arrancar sua cabeça.

De qualquer forma, eu aprendi a me controlar. De fato, quando eu fico perto de alguém, meus pensando me levam a loucura. Fico imaginando como seria o sangue da pessoa, mesmo eu lutando contra isso. Nicholas disse que quando esses pensamentos vierem, eu me lembrar do que me torna humana, da minha família, amigos, entre outras coisas.

As bolsas de sangue que ele me deu, acabou mais rápido do que eu esperava, mas ele me deu mais, como me disse que daria.

Sai dos meus pensamentos quando cheguei em casa do trabalho e percebi que a porta da minha casa estava aberta. Franzi meu cenho, confusa, porque minha mãe sempre deixa ela fechada. Quando cheguei mais perto, percebi que a porta na verdade, estava arrombada, o que fez meu coração disparar no meu peito.

— Mãe? — chamei preocupada quando entrei em casa desesperada.

A sala estava totalmente destruída e eu comecei a sentir um forte cheiro de sangue vindo da cozinha. Corri até lá e coloquei minha mão na boca, prendendo um grito quando vi minha mãe no chão com o pescoço sangrando e desmaiada.

— Meu Deus... — eu disse me aproximando dela, com meus olhos lacrimejando. Eu sabia que ela não estava morta, pois eu ouvia a batida fraca do seu coração.

A chamei algumas vezes e chequei seu machucado no pescoço. Lentamente tirei minha mão do seu pescoço e olhei para meus dedos, sujos de sangue. Cerrei minha mandíbula, sentindo o cheiro de sangue cada vez mais forte, enquanto eu travava uma luta interna. Rapidamente me afastei da minha mãe quando percebi que eu era um perigo para ela.

Peguei meu celular, com meus dedos tremendo e sujando toda a tela, mas mesmo assim, liguei para a ambulância.

Novamente, meu olhar parou em meus dedos e eu mordi meu lábio inferior. Quando olhei para a tela do celular, meu olho estava vermelho e isso foi um gatilho para mim rapidamente correr até a pia e lavar minha mão, enquanto balançava minha cabeça tirando os pensamentos homicidas e me sentindo enojada comigo mesma.

Demoraram alguns minutos para a ambulância chegar, mas para mim foi uma tortura. Eu fiz o que pude para meu olhar voltar ao normal. Eles levaram minha mãe ao hospital e me perguntaram se eu queria acompanhar, eu neguei dizendo que iria de carro. Não queria correr o risco deles ver meus olhos ficando vermelhos e minhas presas ficarem maiores.

Eu procurei as chaves do carro e rapidamente entrei nele, seguindo a ambulância até o hospital. Nesse meio tempo, uma raiva crescia dentro de mim quando eu me questionava: quem fez isso?

Meu primeiro suspeito, óbvio que é o Nicholas.

controlei minha raiva, respirando fundo várias vezes e desci do carro, correndo para dentro do hospital. Fiquei esperando um tempo na sala de espera, totalmente preocupada enquanto minha perna não parava quieta.

— Você é a parente da Carla Collins? — escutei o médico me perguntar e me levantei.

— Sim, eu sou a filha dela. — eu disse quase atropelando as palavras. — Como ela está? — perguntei aflita.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora