25| don't hate

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Aisha Collins

— Vamos. — Nicholas disse quando parou o carro e eu me virei confusa pra ele.

— Não tem nada aqui. — eu disse depois de analisar ao redor.

Ele dirigiu por uns longos minutos, até entrar em uma estrada de terra. Agora estamos cercados de árvores, parado com o carro literalmente no meio do nada em um campo aberto.

— Não é porque você não vê, que não tem nada. — ele disse e eu franzi meu cenho.

Ele estava ficando louco?

Nicholas desceu do carro e deu a volta para abrir a porta do passageiro, passou meu braço em volta do seu ombro e me ajudou a descer. Todos os meus machucados já haviam sumidos, menos o da barriga.

Ele me puxou e tirou algo do bolso, um pequeno ursinho e jogou para frente, fazendo uma casa aparecer como passe de mágica.

Minha boca estava aberta, mas não tive tempo de raciocinar direito pois ele simplesmente me puxou para dentro da casa.

— O que? — perguntei surpresa.

— Podemos nos esconder aqui por um tempo. — ele disse me colocando no sofá.

— Mas... Como? — perguntei mexendo minhas mãos no ar, ainda tentando entender.

Nicholas revirou os olhos e saiu da sala, indo para outro cômodo.

Eu senti uma ardência na minha barriga e fiz uma careta colocando minhas mãos por cima do pano amarrado, agora totalmente ensanguentado.

Ele voltou com uma caixa em mãos e se abaixou a minha frente. Suas mãos foram no pano, tirando ele do meu machucado. Arregalei meus olhos ao ver minha pele preta.

— Porra. — escutei ele resmungar fazendo uma careta e passando sua mão pelo seus fios.

— Não deveria ter se curado? — eu perguntei assustada.

— Deveria. — ele disse e eu mordi meu lábio inferior, ainda olhando para minha barriga. — A faca que ele usou deveria ser enfeitiçada, ou algo do tipo.

— E agora? — eu perguntei levantando meu olhar para ele.

— Vou fazer uma receita que aprendi uma vez e talvez melhore. — ele disse enquanto mexia na caixa.

Tirou de lá um frasco e um gaze.

— Mas por enquanto, vamos deixar isso aqui para não piorar. — ele disse balançando o frasco.

— E o que é isso?

— Um remédio que uma bruxa fez pra mim uma vez. — disse dando de ombros. — Mas primeiro acho melhor você tomar banho.

— Certo. — eu disse concordando.

— Que bom que dessa vez não vou ter que te ameaçar pra tomar banho. — ele disse com ironia.

— Eu estava bêbada.

— Você pode admitir que não gosta de tomar banho, eu não vou te zoar. — ele disse e eu revirei meus olhos.

— Eu gosto de tomar banho. — eu disse me apoiando no sofá para levantar e ele se levantou também.

— Vou fingir que acredito. — ele disse sorrindo.

Encarei seu sorriso pensando em como ele estava estranho. Pra quem disse que iria ferrar com meu psicológico.

Com muita dificuldade e ajuda do Nicholas, consegui chegar no banheiro. Ele disse que iria pegar uma toalha e uma roupa, enquanto eu me sentava na tampa da privada.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora