61| memory

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Aisha Collins — 1 mês depois

Estava ao lado da cama da minha mãe no hospital. Ela ainda não havia acordado e eu estava um pouco triste pois já era janeiro e minhas esperanças que ela acordaria antes do ano novo se apagou.

Mas aqui estava eu, ainda esperando que ela acordasse antes do meu aniversário, que estava chegando.

Ao constatar que tinha passado tempo demais aqui, me levanto para ir embora, mas ao tentar soltar sua mão, sinto um aperto.

Meus olhos se atentam nela, buscando respostas se isso de fato aconteceu ou era apenas uma impressão da minha cabeça. Mas era verdade. Sinto novamente um aperto.

— Mãe? — minha voz sai baixo quando me aproximo dela.

Meu coração acelera quando seus olhos se abrem, mas rapidamente se fecham de novo por conta da luz.

— Onde estou? — pergunta confusa.

— Está no hospital, mas está tudo bem. — não pude impedir um sorriso.

Seus olhos se abrem novamente e me encaram. Fico confusa quando ela tira sua mão das minhas.

— Quem é você? — engulo em seco.

— Como assim, mãe? Eu sou a Aisha. Sua filha. — digo esperançosa que ela se recordaria e que isso fosse apenas porque ela havia acabado de acordar de um coma de meses.

Mas não parecia ser tão simples assim.

Seus olhos estavam assustados conforme a confusão lhe consumia.

— Vou chamar o médico. —

Saio da sala e chamo uma enfermeira dizendo que minha mãe havia acordado. Nicholas estava sentado em uma das cadeiras no corredor mexendo em seu celular, mas ao me ouvir ele ergue seu olhar até mim.

Uma enfermeira entra no quarto enquanto outra corre pelo corredor a procura de um médico.

— Está tudo bem com ela? — Nicholas pergunta se levantando e vindo até mim.

— Ela não se recorda de mim. — respondo sentindo seus braços me envolver.

— Calma, deve ser porque acabou de acordar. — diz na tentativa de me acalmar.

Um médico aparece e entra na sala, enquanto nós o acompanhamos.

— Você se lembra do seu nome? — a pergunta e ela balança a cabeça negando. — Seu nome é Jennifer Collins, você sofreu um acidente e é possível que tenha perdido as memórias. Posso te fazer algumas perguntas?

Minha mãe concorda e ele começa a fazer perguntas do tipo "lembra qual foi a última coisa que comeu?" "Lembra da sua filha?" E outras perguntas, quais minha mãe não conseguiu responder nenhuma. O médico anotava tudo o que ela falava e sentia um carinho no meu braço, vinha de Nicholas como um sinal de reconforto.

Após as perguntas, ele pediu que nós saíssemos do quarto para deixá-la descansar.

— Ela vai se lembrar de mim, doutor? — minha voz sai frágil quando já estávamos afastados do quarto.

Ele suspira antes de me encarar para responder.

— Antes que eu te garanta qualquer coisa, preciso fazer exames, mas é possível que ela se lembre com alguns exercícios de memória. — uma pontada de esperança ainda estava acesa em mim. — Mas de qualquer forma, o que importa é que sua mãe está bem.

Concordo com a cabeça.

Eu e Nicholas saímos do hospital. Eu estava feliz que ela havia acordado, estava muito feliz mesmo, mas a frustração de ela não se lembrar de mim era forte.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora