37| throne

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Aisha Collins

— Não consegue dormir? — perguntou Nicholas quando abriu a porta, fazendo um feixe de luz entrar pelo quarto escuro.

Neguei com a cabeça e ele acendeu a luz.

— Toda vez que eu fecho os olhos, eu a vejo. — eu disse olhando para o teto fixamente.

— Pare de se atormentar, faz uma semana que não consegue dormir direito por causa de uma vagabunda. — ele se aproximou e se sentou na cama, me fazendo me sentar também e o encarar.

Neguei com a cabeça engolindo em seco.

— Eu não tinha esse direito, de roubar a vida dela. Eu... — eu disse olhando para trás de Nicholas, vendo Amber ensanguentada atrás dele me olhando sorrindo.

Rapidamente desviei o olhar, olhando para minhas mãos no meu colo sentindo meu coração acelerar.

Desde então venho sendo assombrada por ela. Não sei se é seu fantasma ou um delírio da minha cabeça, mas isso está me atormentando.

— Ela tentou matar sua mãe. — ele disse segurando minhas mãos.

— Mas não matou.

— Não. Mas agora ela está em coma e não sabemos quando ela vai acordar. — ele disse e eu voltei o encarar. — Não fique mal por alguém que não merece.

— Eu sei... Mas é inevitável não me sentir um monstro. — eu disse sentindo meu lábio tremer.

— Você não é um monstro. — Nicholas apertou minha mão com a sua. — Você fez o que tinha que fazer.

Olhei para nossas mãos juntas e senti meu coração acelerar.

— Quem era ela? — perguntei a dúvida que venho trazendo comigo a um mês e toda vez que pergunto ele muda de assunto.

— Você não vai desistir não é? — ele perguntou e eu neguei com a cabeça escutando ele suspirar. — Conheci ela a uns anos atrás, eu fodia ela.

Fiz uma careta por essa informação, que eu não acho que era importante.

— Mas ela namorava. — ele disse rindo. — Ela nunca me contou do corno do namorado dela, mas ele descobriu e o idiota tentou me matar.

— Você matou ele? — perguntei prestando atenção na história.

— Não, mas mandei ele pro hospital. — disse soltando minha mão para coçar o nariz. — Naquela época eu estava com uns problemas com uns anjos, Amber sabia disso e para se vingar contou minha localização a eles.

— Aí você matou o namorado dela? — deduzi e ele concordou com a cabeça.

— Foi como ela fez com você, mas a diferença é que o namorado e a mãe dela morreram. — ele disse se levantando e eu franzi meu cenho.

— Você...

— Não começa com sermão, apenas volte a dormir. — ele se aproximou colocando sua mão por trás da minha cabeça e beijando minha testa, me deixando confusa com seu gesto.

Voltei a me deitar enquanto ele saia do quarto apagando a luz. Respirei fundo e tentei dormir, mas a imagem de Amber ensanguentada ainda estava bem viva em minha mente.

Tentei bloquear ela pensando em outras coisas, tipo eu e Nicholas. A ansiedade da confusão que ele me causava me fez desviar totalmente o foco dos meus pensamentos, e com isso consegui dormir.

Quando acordei no dia seguinte, Nicholas me levou para ver minha mãe. Ela ainda estava em coma, mas os médicos disseram que ela está estabilizada e que é alta a chance dela acordar, é só questão de tempo.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora