52| angel

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Nicholas Hall

Bati na porta três vezes e esperei pacientemente, até que escutei uma voz gritando que já viria. Em segundos a doutora que me tachou de abusivo abriu a porta e vi a cor de seu rosto sumir quando me olhou.

Abri um sorriso irônico e entrei em sua casa, enquanto escutava seu coração disparar.

— Então doutora, poderia me explicar esse lance de relacionamento tóxico? — perguntei a encarando enquanto fechava a porta.

Ouvia seu coração acelerar a cada segundo mais e seu corpo tremer ligeiramente, evidenciando seu medo.

— Nicholas... — disse dando passos para trás e encostou no balcão da cozinha.

— Você lembra o que eu disse que aconteceria se você contasse a Aisha que eu a ameacei, e eu tenho a leve impressão que você contou. — me aproximei dela. — Além de estar querendo arruinar meu relacionamento, por algum motivo.

Katlyn nem piscava, ela analisava cada ação minha como se eu fosse atacar ela a qualquer momento. Mas eu não faria isso, não agora.

— Não estou querendo arruinar seu relacionamento. — ela tenta se explicar com a voz um pouco falha. — Mas você só faz mal a ela, não percebe?

— Eu a amo, não faria mal a ela propositalmente. — era estranho falar isso em voz alta.

Na realidade, nunca passou pela minha cabeça amar alguém.

Mas ultimamente tenho pensado muito no que sentia pela Aisha e descobri que a amo, porém mesmo tendo essa ideia bem clara na minha mente, não sou bom em demonstrar. Estou tentando, mas acho que para recompensar pelo que fiz tenho muito o que fazer a ela ainda.

Tenho dúvida se ela sente o mesmo por mim e sinceramente se ela sente, ela deve ter muitos problemas naquela linda cabecinha dela.

Eu não sou uma pessoa amável e entenderia se ela não sentisse o mesmo por mim, mas sou egoísta demais para a deixar ir.

— Mas você a machuca e vai continuar a machucando. — Katlyn disse assustada quando me aproximei mais.

Em um ato burro da sua parte, ela pegou a faca atrás de si e tentou me atacar. Antes da faca sequer tocar em mim, agarrei seu pulso e tirei ela de sua mão.

— A única pessoa que eu quero e vou machucar é você, sua puta. — ela arregalou os olhos usando aproximei a faca de sua garganta. — Eu só não vou te matar porque eu não sou um homem abusivo, entende?

Abri um sorriso sarcástico e passei a lâmina pela sua pele, fazendo o seu sangue escorrer por sua pele a fazendo gemer de dor e fazer uma careta.

— A Aisha vai voltar para seu consultório e você vai fingir que nada aconteceu, vai fazer a porra do seu trabalho direito e parar de tentar foder com meu relacionamento. — avisei e ela fechou os olhos concordando com a cabeça.

— Mamãe? — seus olhos se abriram na hora e ela olhou para algo atrás de mim.

Me afastei de seu corpo e me virei na direção da voz, vendo um garoto que parecia ter uns cinco anos. Ele me encarava assustado, dando passos para trás quando coloquei a faca de volta no balcão e me aproximei dele.

Me abaixei para ficar a sua altura.

— Qual seu nome? — perguntei e ele encarou sua mãe parecendo perdido.

— Liam. — respondeu com seus olhos arregalados.

— Tudo bem, Liam, não fique com medo. — eu disse sorrindo. — Eu e sua mamãe estamos apenas brincando, não é? — me virei para Katlyn que assentiu rapidamente.

Me levantei ainda a encarando.

— Lembre-se do que eu disse, doutora, não quero ser obrigado a colocar seu filho no meio disso. — apontei para o menino. — Você gostaria de brincar com a gente, Liam?

— Eu gosto de brincar. — ele respondeu sorrindo inocente.

— Tudo bem, só vai embora da minha casa. — ela disse se aproximando e tirando seu filho de perto de mim.

— Nos vemos por aí, doutora. — disse e dei tchau para seu filho que retribuiu ao lado de sua mãe.

Fui embora de sua casa para a minha, mas antes fui ao hospital. Eu não me sinto bem em deixar Aisha longe de mim, ainda mais a noite como é o caso, mas ela estava com Ethan e Victoria.

Estacionei o carro e entrei pela recepção, na esperança de achar o que eu vim procurar. Andei pelos corredores em direção ao quarto que a mãe de Aisha estava internada. A porta do quarto abriu assim que me aproximei e eu agradeci mentalmente por dessa vez ter dado sorte.

Tenho investigado quanto em quanto tempo o pai de Aisha vem aqui e descobri ser mais ou menos em duas semanas, quase sempre na quarta feira.

Ele ficou nervoso ao notar minha presença, mas tentou disfarçar.

— Você é o cara que estava com minha filha. — ele abriu um falso sorriso amigável enquanto se aproximava.

— Deixa de teatro, eu sei quem você é e você sabe quem eu sou. — seu sorriso simpático logo se transformou em um sorriso irônico.

— Vejo que meu genro não é tão burro assim.

— Acho que você já sabia disso quando assinou aquele livro. — eu disse irônico. — O que você quer aqui? Se está pensando em fazer algum mal a Aisha...

— Eu não sou o inimigo aqui, Nicholas. — revirei meus olhos. — Eu apenas faço negócios, como fiz com seu pai. Ele me ofereceu uma coisa que eu queria muito e eu lhe dei outra coisa em troca.

— É, deu a alma da sua própria filha. — disse sarcástico e ele deu de ombros.

— Negócios. — se aproximou de mim e colocou sua mão em meu ombro. — Mas como eu disse, não sou o inimigo aqui. Não tenho intenção nenhuma de me intrometer na vida de vocês dois, pode aproveitar ela enquanto você ainda tem tempo.

— Para um anjo, você é bem filho da puta. — ele abriu um sorriso irônico.

— Nem sempre seguimos nossa natureza. Veja você, o herdeiro do inferno todo bobinho por uma garota. — apontou para mim. — Mas eu gosto de ter você como genro, imagino até nosso encontro no inferno em um jantar em família: eu, você, a Aisha e seu pai.

Tirei sua mão do meu ombro e o empurrei, mas ele não se incomodou.

— Mas talvez a alma dela seja o prato principal. — disse e eu o segurei pela sua camisa, encostando ele na parede

— Eu vou acabar com você. — o ameacei vendo seu sorriso crescer.

— Você não pode, você precisa de mim. — ele disse não se intimidando. — E se quer minha ajuda tem que me oferecer algo maior do que seu pai está me oferecendo, mas infelizmente você não tem nada, não é?

— Você é um merda.

— Nós dois somos, a diferença é que eu não tenho uma fraqueza. — disse me empurrando. — Fala para a Aisha que eu mandei um oi.


























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Esse capítulo deve estar cheio de erros pois escrevi e postei, relevem por favor

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Até o próximo capítulo, bjjs ♡

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora