19| bath

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Aisha Collins

— Essa não é minha casa. — eu disse quando o carro parou.

Pisquei meus olhos, tentando não cair no sono. Minha visão estava ficando um pouco embaçada, enquanto sentia meu corpo mole.

— Você jura? Se você não falasse eu nunca iria descobrir. — respondeu com sarcasmo me fazendo revirar os olhos.

— Eu quero ir para minha casa e não para sua. — eu disse me virando pra ele.

Nicholas me ignorou por completo, saindo do carro e dando a volta para abrir a porta do meu lado e me puxar.

— Você me dá muito trabalho. — escutei ele resmungar.

— Não te pedi pra me trazer aqui. — eu disse tirando meu braço da sua mão brutalmente.

— Bêbada você tem a língua bem afiada, né amor? — ele disse se aproximando e me fazendo me afastar por instinto, até minhas costas estarem contra o meu carro. — Vamos ver amanhã se vai ter essa mesma coragem.

— Eu não tenho mais medo de você. — eu disse erguendo minha cabeça para o olhar nos olhos.

O vi cerrar o maxilar e por algum motivo, ele parecer irritado o deixava atraente.

— To pegando muito leve com você ultimamente, talvez tenha que refrescar sua memória de que você está lidando com o diabo. — ele disse aproximando seu rosto do meu, ficando a centímetros de distância.

— Vai começar com as ameaças de novo? — perguntei o encarando.

O álcool em meu organismo me dava mais coragem do que realmente tenho. Só não tenho certeza se isso é bom ou ruim.

— Eu tô cansada de você, de tudo isso. E eu não estava fazendo nada de mais, você surtou por zero motivos. — eu disse levantando minha mão para fazer um zero com meus dedos em frente ao seu rosto.

Ele empurrou minha mão pra baixo e umedeceu os lábios.

— Você é minha, Aisha. — disse e eu soltei uma risada incrédula. — E você sabe o que eu posso fazer com quem encostar em você.

— Você é louco? — perguntei abismada.

— Você é louca. — afirmou dando "tapinhas" com seu dedo indicador e o do meio, na lateral da minha cabeça. — Sabe muito bem do que eu sou capaz e mesmo assim me desafia.

— E você vai fazer o que? Me matar? — perguntei com ironia.

— Você sabe de quem eu vou atrás. Da sua mãe. — disse com a expressão neutra.

— Se você matar ela, eu me mato também. — eu disse o empurrando, mas pela minha falta de forças ele não se mexeu um centímetro. — E não duvide que eu faça isso, porque eu já não tenho tantos motivos pra continuar viva.

Ele ficou me encarando por alguns segundos sem dizer nada, apenas expressando sua raiva pelo olhar.

— E agora por conta do seu surto, podem desconfiar e vir atrás de mim. — eu disse irritada. — Eu nunca fiz nada a ninguém e eu corro risco de vida por você ser... Você.

— Não é você que quer morrer? — perguntou com deboche.

— Vai se foder. — eu disse com raiva e ele pegou no meu braço.

Ele provavelmente iria me ofender em várias línguas, mas não teve tempo disso quando senti que estava prestes a vomitar. Rapidamente me virei pro lado, vomitando no chão e no mesmo instante, me arrependi de não ter vomitado nele.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora