17| antidote

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Aisha Collins

Enquanto eu fazia um curativo no pescoço da Ariadne, que estava desmaiada, Nicholas saiu da sala. As coisas ficaram mais estranhas do que já eram e eu não quero ter que olhar pra ele. Não sei se me sinto pior por ter machucado alguém ou por ter o beijado. Mas eu sei que as duas coisas foram erradas.

Quando terminei o curativo, me levantei e tentei ajeitar ela no sofá de um modo mais confortável para ela. Peguei o kit médico e resolvi guardar no lugar onde eu peguei. Caminhei até a cozinha lentamente e com medo de Nicholas estar lá, para minha sorte não estava.

Depois, fui para o banheiro e me olhei no espelho, vendo meu rosto e minha roupa sujo de sangue. Suspirei, enquanto fazia uma careta e jogava água em mim mesma para limpar. Eu estava me sentindo um monstro.

Quando sai do banheiro, Nicholas estava no corredor, encostado na parede me esperando. Ele me olhava sério e estranho, enquanto eu só queria fugir dali para o mais longe possível e esquecer que nos beijamos.

— Liguei para o Maicon. — disse se aproximando de mim e eu desviei o olhar. — Falei para ele que se não entregar o antídoto, a vadia morre. — levantei meu olhar para ele fazendo uma careta pela maneira que ele se referia a ela.

— Não chama ela assim. — eu disse e ele revirou os olhos.

— Sua mãe está quase morrendo, também, por culpa dela. — ele disse passando por mim e indo em direção a sala.

— Mesmo assim, você se refere a muitas mulheres assim. — eu o segui cruzando meus braços.

Ele parou quando chegamos na sala e me olhou.

— Você é muito otária, sabia? — disse e eu o olhei indignada.

— E você é um idiota. — eu disse e ele arqueou uma sombrancelha.

— Não sou eu quem está defendendo alguém que mataria minha mãe. — falou em tom irônico e eu respirei fundo.

— Eu não estou defendendo ela, só estou dizendo que chamar todo mundo de vadia não é legal. — eu disse balançando minha cabeça e começando a andar para longe dele.

— Cala boca, vadia. — ele disse e eu parei no lugar, me virando lentamente para ele irritada. Quando me virei, pude o ver sorrindo. Mas diferente de qualquer sorriso que eu já vi em seu rosto, não era um sorriso irônico, e sim, um sútil sorriso divertido.

— Estou brincando. — disse e eu revirei meus olhos.

— Que ótimo senso de humor. — murmurei.

Seu sorriso ameaçou aumentar, mas ele fez questão de esconder isso e voltar a ter a mesma expressão fechada de sempre.

Escutei um gemido vir do sofá, levando nossa atenção até a Ariadne, que estava acordando. Ela olhou primeiro para mim, totalmente assustada e depois para Nicholas, da mesma forma. A garota estava começando a tremer e fez um careta de dor, quando colocou sua mão no seu pescoço.

— Que bom que você acordou. — disse Nicholas se aproximando dela, que se encolheu no sofá. — Agora levanta e vem.

— Onde? — perguntei antes dela.

— Trocar ela pelo antídoto. — disse se virando para me olhar.

— Agora?

— Queria que fosse quando? Quando sua mãe morrer?. — disse ignorante e me olhando como se eu fosse burra.

— Cavalo. — murmurei e ele me olhou irritado pelo meu comentário, mas respirou fundo e ignorou.

— Vamos. — disse para Ariadne e depois se afastou dela, pegando a chave do carro em cima da estante.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora