57| bring back

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Aisha Collins

— Lembra do plano. — Nicholas disse pela milésima vez.

— Eu sei. — eu concordei. — Esperar ele aparecer, enrolar ele para não perceber a presença de vocês quando se aproximarem.

— Isso, mas ele é esperto, então não o subestime. — o carro parou e eu respirei fundo.

Meu coração estava acelerado tanto de medo e de ansiedade.

Ajeitei a escuta que colocaram por dentro da minha jaqueta para eles saberem o que estava acontecendo.

Nicholas poderia se comunicar comigo através da sua coisa de demônio que entra na minha cabeça, mas seu pai poderia descobrir, então a tecnologia foi nossa melhor opção.

Desci do carro e olhei para a floresta escura.

— Vai dar tudo certo. — Nicholas desceu também e se aproximou.

Senti sua mão na minha e a apertou levemente.

— Eu tô com medo. — o encarei.

— Não vou deixar nada de mal acontecer a você, não importa o que eu tenha que fazer. — disse segurança meu rosto e aproximando seu rosto depositando um leve selinho em meus lábios.

Concordei com a cabeça e me separei dele. Era hora de enfrentar o diabo.

— Saberemos a hora certa de ir. — Isaac disse de dentro do carro e eu concordei.

Com passos hesitantes adentrei a floresta e comecei a andar cada vez mais a fundo por entre as árvores.

Minutos andando, encontrei o lugar que me foi descrito. Um campo. Parei de andar e analisei ao meu redor não conseguindo ver muitas coisas pela escuridão.

Estava uma noite escura e fria. As árvores pareciam estar mais sombrias assim como o céu.

Abracei meus braços me sentindo vulnerável.

Eu estava começando a me arrepender só pelo fato de estar aqui sozinha. Ninguém poderia me acompanhar pois o diabo sentiria a presença deles, por isso acharam melhor ficar distantes.

Mas eu sentia que ainda sim Nicholas me vigiava, não sei como.

Encarar o diabo sozinha era aterrorizador, mas o medo de perder minha mãe era ainda maior. Nessas horas eu percebo que pelas pessoas que amo eu literalmente faria de tudo.

Um vento fria balançou meus cabelos e senti minha pele arrepiar pelo frio que a jaqueta fina não esquentava o suficiente. Me abracei ainda mais forte e a cada segundo minha ansiedade aumentava.

A cada barulho, por menor que fosse, me deixava em alerta. Ele poderia chegar a qualquer momento e ele não era confiável.

Eu soube quando ele chegou pois a sensação horrivel que me invadiu era inconfundível. Sempre sentia quando ele se aproximava.

Engoli em seco e apertei o tecido da minha jaqueta entre meus dedos tentando conter a tremedeira do meu corpo que agora não era só de frio, mas também de medo.

— Fiquei muito feliz quando aceitou o acordo. — me virei rapidamente ao ouvir sua voz atrás de mim.

Seu sorriso era perverso e nos seus olhos brilhavam maldade.

— Cadê minha mãe? — perguntei firme tentando não demonstrar todo terror que eu sentia.

Ele ergueu sua mão e balançou seus dedos como se chamasse alguém. Atrás dele percebi algo se aproximar lentamente.

Quando chegou mais perto identifiquei ser minha mãe. Ela andava devagar e seus olhos estavam com uma cor estranha, assim como ela não parecia estar consciente.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora