Aisha Collins
Depois da noite que eu tentei matar Nicholas, ele sumiu novamente e eu não estou reclamando. Na verdade, espero que ele não volte. E também não vi mais Enzo.
Agora eu estava limpando as mesas e agradecendo que eu tinha terminado mais um dia de trabalho. Hoje eu tive que ficar mais tarde, por causa que a funcionária nova faltou por ter ido no médico. Agora já é nove horas da noite e eu odeio ir embora nesse horário. Normalmente as ruas ficam escuras e vazias, o que me faz sentir muito medo.
Suspirei em alívio quando terminei tudo o que tinha que fazer. Fui para a parte dos funcionários e tirei meu avental e meu uniforme, colocando logo após minha roupa normal e um moletom por causa do frio. Peguei a chave da porta em cima do balcão e apaguei as luzes, andando até a saída e trancando a porta. Quando estava do lado de fora da cafeteria, encarei a rua sendo iluminada apenas pelas luzes dos postes e pela lua, que hoje por ter a "lua de sangue" ela está parecendo maior e mais brilhante.
Abracei meu braços, apertando minha bolsa contra meu corpo com força e comecei a andar em direção a minha casa. Merda, eu preciso comprar um carro...
A cada passo, eu sentia algo me vigiando e eu nunca implorei tanto por ser apenas o Nicholas. Entrei no beco que eu tenho que passar para ir pra minha casa, e um calafrio subiu pela minha espinha ao ver o beco mais escuro que a rua. Comecei a andar mais depressa, enquanto escutava o som do meu all star pisando contra as pequenas poças de água, por culpa da chuva que caiu hoje.
Eu olhava toda hora para trás, só para ter certeza que ninguém me seguia. Não via nada. Tudo o que passei nas últimas semanas, me deixaram mais neurótica e paranóica. Sempre tenho a péssima sensação de estar sendo observada e de estar correndo perigo e eu nunca sei se é coisa da minha cabeça, ou se é real.
O que eu sei, é que nesse momento meu coração está acelerado e eu sinto que algo ruim vai acontecer. Rezava para ser apenas paranóia.
Escutei outro barulho de passos, que não eram os meus. Parei de andar e olhei para trás, para ver se tinha alguém. No início do beco, por onde eu vim, uma pessoa estava andando em minha direção, com um capuz preto assim como toda sua roupa. Engoli em seco e voltei a olhar para frente, começando a andar mais rápido, fazendo que um pouco de água respingasse em minha calça, por conta dos meus pés pisando com força contra o chão. Mas no momento, eu não podia me importar menos.
Com a respiração ofegante e com o sentimento que eu estava perto de um ataque cardíaco por conta das fortes e rápidas batidas do meu coração, eu tentava ir o mais rápido que eu podia, a um passo de um verdadeiro ataque cardíaco.
Ouvi os passos mais pertos de mim e eu me perguntava como essa pessoa chegou tão perto em tão pouco tempo. Senti uma mão no meu ombro, me segurando no lugar, o que fez eu parar de andar e me virar para pessoa de uma maneira brusca. Não sei se eu deveria me sentir aliviada ao ver que era Enzo quem me seguia.
— Você me assustou. — eu disse dando uns passos para me afastar dele, colocando uma mão no meu coração.
— Você não matou ele. — ele disse com uma voz estranha.
— Eu não consegui. — eu disse engolindo em seco.
Vi sua cabeça balançar em negação. Eu não conseguia ver nitidamente seu rosto, por conta da má iluminação, mas eu sabia que tinha algo de errado com ele e principalmente, com seus olhos.
— Eu acho que... Eu tenho que ir embora. — eu disse tentando não demonstrar meu medo na minha voz, mas eu tenho quase certeza que o meu medo está bem visível.
Eu me virei novamente para frente, rezando para ele não me seguir.
— Eu te dei uma chance. — escutei sua voz e eu paralisei no lugar.
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Dark Soulmate
HorrorVocê acredita em almas gêmeas? Você acredita que um ser tão sádico e cruel poderia ser a alma gêmea de alguém? Por um azar de Aisha, seu destino foi entrelaçado com o de Nicholas, um demônio que quer matar ela, mas não pode porque a vida dos dois e...