Dark Soulmate

55| apparition

Aisha Collins

Chegamos do mercado com algumas compras, já que não só de sangue vive um vampiro. Compramos apenas comidas fáceis de fazer, como lasanha e hambúrguer.

— Cadê meu energético? — perguntei enquanto tirava as coisas das sacolas procurando o energético.

— Não sei, acho que ficou no carro. — Nicholas respondeu.

— Pega lá pra mim. — pedi e ele me olhou com tédio.

Sorri em sua direção na esperança dele ir.

— Isso não funciona comigo. — voltou a tirar as coisas da sacola e eu cruzei meus braços.

— Por favor. — pedi ainda o encarando e ele revirou os olhos.

Bufando pegou a chave do carro e saiu da cozinha, me fazendo rir.

Continuei a tirar as coisas das sacolas e assim que tudo estava em cima da mesa, comecei a guardar as compras no armário e guardar as sacolinhas.

Eu deveria me sentir mal por estar vivendo de certo modo as custas do Nicholas, mas eu não me sinto. Ele nem trabalha, eu sei lá da onde vem seu dinheiro e com certeza não deve fazer falta.

E tecnicamente ele é o culpado de eu não ter mais um emprego.

Me virei e pulei no lugar ao ver o meu sogro sentado na cadeira da mesa me encarando sorrindo. Como ele chegou ali e eu nem percebi?

Dei passos para trás rapidamente e me virei para correr para fora da cozinha, mas como passe de mágica ele apareceu na minha frente, me fazendo bater contra seu peito. De perto ele era ainda mais aterrorizante, com os olhos negros, o chifre em sua cabeça e a pele vermelha.

— Sente-se comigo. — disse me empurrando para a cadeira.

O medo que eu sentia era paralisante, parecia que eu já não tinha mais controle sobre meu corpo e quem controlava minhas ações era ele.

Me sentei sentindo minhas mãos suarem e minhas pernas tremerem, enquanto todo meu corpo ficava trêmulo e minha boca seca.

— Nicholas já deve ter notado minha presença, mas porque será que ele ainda não veio? — perguntou se aproximando e pegando em uma mecha do meu cabelo. — Será se ele percebeu que você não vale apena?

— Você não tem algo mais importante para fazer? As vezes acho que você é um inutil para o inferno, fica gastando seu tempo aqui. — escutamos Nicholas e seu pai se virou para ele, sorrindo.

— Tenho algo mais importante para fazer aqui. — ele disse passando sua mão pelo meu cabelo me fazendo fechar os olhos ao sentir sua mão estranha passar pelos fios. — Dar uma lição ao meu filho que não aprendeu que se deve respeitar os pais, e não matar a mulher dele.

Sua voz ficou raivosa e distorcida de um segundo para outro. Senti sua mão agarrar meu cabelo e me puxar para cima, me fazendo ficar de pé.

Fiz uma careta de dor ao sentir os fios sendo puxados com força e agarrei seu braço na tentativa falha de o fazer me soltar. Senti agonia ao toca-lo e sentir sua pele de textura estranha, como se fosse a pele de um morto e fria, muito fria.

— Se você procurasse saber o motivo. — Nicholas trincou o maxilar ao nos encarar.

— Não tem motivos para você fazer o que fez, você podia ser o monstrinho que você era com qualquer um, mas escolheu a pessoa errada para praticar suas bizarices e agora eu vou as minhas com ela. — apontou para mim me trazendo mais perto dele.

— Nem se atreva. — Nicholas apertou sua mão em punhos e deu um passo para frente, enquanto o sorriso do seu pai aumentava.

— Não chega perto, se não... — apontou sua mão na minha cabeça em formato de arma. — Você sabe que a alma dela já está condenada, não tem o que fazer.