45| dream or reality?

22.9K 2.4K 1.3K
                                    

Aisha Collins

— Tem certeza disso? — perguntou Nicholas pela milésima vez.

Ele achou a ideia da psicóloga de pedir desculpas a Amber horrível. Ele insistiu em dizer que ela era uma vagabunda e que merecia coisa bem pior do que eu fiz a ela.

— Tenho. — eu disse olhando para o cemitério.

Desci do carro e senti um vento fria me atingir, balançando meus cabelos. Escutei o som de uma porta se fechando e olhei para trás.

— Eu vou sozinha. — eu disse ao Nicholas que havia saído do carro.

— Mas...

— Sem mas. — o interrompi. — Não tem perigo aqui, se eu precisar de ajuda eu grito.

Parecendo relutante, ele concordou e voltou para dentro do carro.

Eu fechei meus olhos e respirei fundo antes de começar a andar em direção a entrada do cemitério.

Andei pelos túmulos sentindo uma sensação estranha aqui, mas ignorei isso. Depois de procurar, achei seu túmulo.

Amber Scott

— Ok. — eu disse juntando minhas mãos a frente do meu corpo. — Como eu começo?

Olhei para os lados garantindo que não havia ninguém aqui.

— Me desculpa por ter te matado com uma espada? — eu disse em tom de dúvida e a voz falhando. — Eu tô muito merda fazendo isso, que péssima ideia.

Voltei a andar para fora do cemitério, mas no meio do caminho resolvi voltar e tentar de novo.

Respirei fundo e me sentei ao lado do seu túmulo.

— Ok, Amber, você era uma pessoa horrível, mas isso não justifica o que eu te fiz. — eu disse passando minha mão pela terra. — Porém você meio que estava pedindo por isso, né? Mas eu me sinto péssima pelo que te fiz, então me desculpa.

Terminei de dizer e sentia que um terço do peso das minhas costas havia ido embora.

— E por favor, para de atormentar minha cabeça, eu já sei que o que fiz foi ruim.

— Você sabe? Pois eu não estou sentindo muita firmeza no que diz. — escutei sua voz e parada a minha frente estava ela.

— Mas é de coração.

— Não, não é. — ela gritou.

— O que você quer que eu faça? Quer que eu te implore perdão? — eu comecei a me irritar e me levantei ficando a sua frente. — Pois então eu te imploro, me desculpa.

Não sei porque, mas meus olhos encheram de lágrimas.

— Me desculpa por te matar, eu não devia ter roubado sua vida. — comecei a sentir lágrimas cair de meus olhos. — E desculpa Carl também por ter te colocado nesse meio, você estar morto também é minha culpa, mas me desculpem.

Fechei meus olhos sentindo as lágrimas descerem com força.

— Me desculpa, me desculpa. — pedi soluçando e me sentando no chão, abraçando meus joelhos.

Quando consegui me acalmar e abri meus olhos, ela já não estava mais aqui. Nenhuma perturbação da minha cabeça estava aqui, e eu comecei a pensar que talvez tenha dado certo.

Limpei meus olhos e funguei.

Fiquei ali até meu rosto secar e sumir a aparência de quem chorou, porém não sumiu totalmente.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora