42| father

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Aisha Collins

Encarava minha mãe deitada na cama, conectada ao soro na esperança dela acordar. Eu aí estava aqui no hospital a uns trinta minutos e eu não queria ir embora.

— Você vai ficar bem, eu sei que vai... — falei baixo segurando a mão da minha mãe.

— Será? — olhei na direção da voz, vendo Amber. — E se ficar, até quando? A culpa é dele...

— Não, a culpa é sua. — eu a interrompi ficando irritada.

— Não, Aisha. Ele te colocou em perigo, ele fodeu com sua vida, e o que restou dela, ele ainda vai tirar... — ela se aproximou devagar e eu balancei a cabeça.

— Cala a boca. — disse fechando os olhos, querendo que ela sumisse. — Você não é real.

— Posso até não ser real, mas o que eu digo é verdade. — senti ela se aproximar mais. — E você sabe disso. — sua voz mudou, ficou mais grossa e isso me fez abrir os olhos rapidamente.

Agora Carl estava ali no lugar dela, eu fechei meus olhos com força e quando abri eles de volta, já não tinha ninguém no quarto além de mim e minha mãe.

— Eu tô ficando louca. — sussurrei para mim mesma assustada.

Eu queria entender o que estava acontecendo comigo, se isso era uma assombração ou coisa da minha cabeça, mas eu não posso ir a um psicólogo tentar descobrir se eu estava desenvolvendo algum tipo de transtorno.

Provavelmente eu seria presa ou acabaria em um hospital psiquiatra.

Olhei o relógio em meu pulso percebendo que tinha que ir.

— Depois eu volto mãe, e por favor, acorda. — eu disse esperançosa.

Sai da sala e olhei para os lados procurando por Nicholas. Ele estava sentado em uma das cadeiras mexendo em seu celular, mas pareceu notar minha presença pois logo guardou o celular e se levantou, vindo em minha direção.

— Pronto? — perguntou e eu concordei.

Olhei para o fim do corredor ao notar a presença de alguém. Arregalei um pouco meus olhos quando percebi que esse alguém era meu pai.

Franzi meu cenho e andei até ele.

— O que está fazendo aqui? — perguntei e ele me olhou confuso, como se não me reconhecesse.

Senti Nicholas se aproximar e ele analisou meu pai de cima a baixo.

— Aisha? — senti desconfiança no seu tom.

Era inacreditável que ele não se lembra de mim. Que ele não me conhecia.

— Sim, Jordan.

— Meu Deus, quanto tempo, desde...

— Desde minha festa de doze anos. — interrompi sua fala ao perceber que ele não se lembrava disso também.

— Você mudou muito.

— Quem é ele, Aisha? — Nicholas perguntou parecendo confuso.

— Meu pai.

— E ele é seu namorado? — perguntou Jordan apontando para Nicholas. — Você cresceu mesmo.

Meu pai tinha um sorriso no rosto animado, mas ao notar minha expressão nada empolgada e a de Nicholas nada amigável, ele fingiu uma tosse e disfarçou o sorriso.

— O que está fazendo aqui?

— Soube o que aconteceu com sua mãe, fiquei preocupado. — ele falou ficando triste, mas isso não colava comigo.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora