Dark Soulmate

40| haunted

Aisha Collins

Abri meus olhos devagar percebendo já estar de dia pela iluminação que vinha da janela. Percebi que a cama ao meu lado estava vazia e voltei a fechar meus olhos ao sentir a preguiça de levantar me dominar.

Meu corpo estava dolorido e sentia um pequeno incômodo lá embaixo. Me virei na cama, afundando minha cabeça no travesseiro ao lembrar da noite de ontem.

Me perguntava onde estava Nicholas, mas provavelmente estava na cozinha fazendo algo.

Tive a sensação de que havia alguém no quarto e sabia que era Nicholas, mas estava começando a sentir medo.

Alguma coisa começou a mexer no meu cabelo e eu rapidamente me sentei na cama puxando o cobertor para meu corpo ao notar que estava pelada. Olhei para os lados do quarto e a vi parada no canto do quarto, ela estava exatamente como no dia que eu a matei.

— Você me matou, sua mãe está em coma e a única coisa que você pensa em fazer é foder com o homem que acabou com sua vida? — Amber disse e eu engoli em seco.

— Sai daqui, sai daqui... — eu sussurrei tampando meus ouvidos e fechando meus olhos.

Uma mão tocou em meu ombro, me fazendo pular no lugar e me afastar rapidamente, mas assim que abri meus olhos encontrei Nicholas me olhando confuso.

— Com quem você está falando? — ele perguntou e eu olhei para o lugar que Amber estava, não vendo ninguém ali.

Balancei minha cabeça, tendo a certeza de que eu estava ficando louca.

— Me conta, Aisha. — seu tom era de autoridade.

— Com ninguém. — eu respondi e Nicholas não acreditou.

— Não vou perguntar novamente. — disse me olhando sério.

Engoli em seco e desviei o olhar procurando alguma coisa pra vestir, até avistar a camisa preta de Nicholas.

— Amber. — falei em um tom baixo pegando a camiseta e vestindo ela com cuidado para não ficar muito exposta.

Apesar do que fizemos, ainda sinto um pouco de vergonha.

O quarto ficou em silêncio e eu voltei a olhar em seus olhos, notando que ele me encarava como se eu fosse louca.

— Acho que ela está me assombrando. — eu disse ainda em um tom baixo como se ela pudesse me escutar e ele se sentou na cama suspirando.

— Eu sei que pra você é difícil encarar o fato de que você matou alguém, mas ela não está te assombrando, é só sua cabeça. — me garantiu, porém eu não estava segura de que isso era verdade.

— E como você sabe disso?

— Porque ela está no inferno, Aisha. E eu te garanto que ela não vai sair de lá. — ele disse pegando em minhas mãos. — E se vier, eu vou saber. Eu sou um demônio, nenhum espírito vai chegar perto sem eu sentir o cheiro podre de longe.

— Mas quando ela apareceu na casa em que nós estávamos, você não percebeu. — me lembrei de quando ele disse que eu estava louca e no fim, eu estava certa.

— Era diferente, ela estava viva.

— Ok. — eu concordei, suspirando.

— A primeira vida que tiramos é difícil, ainda mais pra você que era uma humana, mas depois você se acostuma. — ele se levantou e eu franzi meu cenho.

— Eu não vou matar mais ninguém. — Nicholas me olhou como se eu estivesse mentindo.

— Eu vou fingir que é verdade.