24| devil

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Aisha Collins

Abri meus olhos ao sentir algo gelado em meu rosto. O homem que me sequestrou tinha jogado um balde de água em mim.

Minhas mãos estavam presas por uma corda que me obrigava a ficar de pé, na verdade meus pés mal tocavam o chão, o que praticamente fazia meu corpo ser segurado apenas pela corda, que cravava mais em meus pulsos, a essa altura machucados.

Minhas bochechas estavam molhadas pelas lágrimas, acredito que do sonho que tive com Nicholas. Naquele momento em que estava em meu "quarto" acreditei que tudo isso era apenas um pesadelo.

Mas não era.

O homem de máscara preta, que deixava apenas seus olhos de fora me encarava seriamente.

Quando eu acordei aqui pela primeira vez, ele me fez perguntas sobre o filho dele, que Nicholas havia o pego e eu sabia onde estava, mas eu neguei porque eu nem sei quem é o filho dele.

Resultado? Ele ficou nervoso e me atingiu com uma faca em minha barriga. Ela ainda está aqui, o que está me causando uma dor terrível.

— Eu só não te mato, porque o diabo tem planos maiores pra você, vadia. — ele disse se aproximando de mim e agarrando minhas bochechas.

— Por favor... — minha voz saiu falhada.

— Me fala onde está meu filho e eu te deixo ir. — ele disse e eu chorei mais, negando com a cabeça.

— Eu não-

Minha fala foi interrompida ao sentir ele retirar a faca e cravar ela novamente em minha barriga, me fazendo soltar um grito de dor.

— Eu sei que você sabe, você é a puta dele. — apertei meus olhos enquanto sentia a corda apertar mais a pele dos meus pulsos quando perdia a força das minhas pernas.

Sentia um líquido descer pelos meus braços e eu não precisava olhar para saber que era meu sangue.

Pensei que vampiros se curavam rápido, mas essa corda era estranha, eu sentia que tinha algo nela.

— Ele me odeia, você acha que ele me contaria algo? — perguntei com dificuldade e ele soltou um riso pelo nariz.

— Não tente me fazer de idiota. — ele disse e u chorei mais balançando a cabeça.

— Eu não estou. — eu disse e senti a palma da sua mão contra meu rosto com força, agarrando e me fazendo o encarar.

— Pense bem e me conte onde ele está. Eu não posso te matar, mas posso te fazer desejar que estivesse. — disse soltando brutalmente meu rosto. — Decida até quando eu voltar.

Ele saiu do quarto, me deixando sozinha.

Lágrimas quentes desciam pelo meu rosto, a dor na minha barriga era torturante, parecia queimar, assim como meus pulsos.

Tentei me levantar e ficar nas pontas dos pés para tentar fazer a dor parar, mas eu não tinha forças nenhuma. O que me restou foi ficar pendurada, gemendo de dor e rezando para que Nicholas me achasse logo.

Olhei ao redor do quarto, talvez eu conseguisse escapar. O cômodo era sujo e escuro, iluminado apenas por uma pequena janela no canto superior da parede.

Na parede a esquerda, havia um quadro e pela má iluminação foi difícil reconhecer o que estava desenhado. Aos poucos fui conseguindo ver um enorme diabo pintado, ele era vermelho e tinha dentes afiados.

Engoli em seco, reparando mais nas paredes. Havia um pentagrama invertido na parede direita e uns objetos estranhos em cima das prateleiras.

Esse homem com certeza era satânico.

Dark SoulmateOnde histórias criam vida. Descubra agora