Capítulo 32

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Patrick moveu o rosto em direção a janela do seu jato particular e avistou o aeroporto de Seattle,onde o avião tinha acabado de pousar.
Com o coração apertado dentro do peito, ele insistia em se manter no assento, embora a porta de saída do avião já estivesse aberta.

- Já chegamos senhor. - as palavras do piloto o tiraram de seus pensamentos.

Ele olhou irritado para o homem que apontava na direção da porta e sentiu vontade de mandar que a fechasse e regressassem para Nova York imediatamente,porém o bom senso venceu e ele levantou da poltrona e caminhou contrariado pelo corredor estreito sobre o olhar curioso do piloto.
Já estava acostumado a suportar os olhares dos empregados e isso não o incomodava,mas naquele instante se sentiu mal, parecia que com o olhar o piloto lhe dizia: " Vai,ela está esperando por você!"
Mas ele sentia o contrário,estava com medo,muito medo.
Logo que saiu do avião respirou o ar úmido de Seattle,sentiu o vento gelado bater contra o seu rosto,o motorista partícular que a secretária havia contratado para ele já esperava.

- Seja bem vindo a Seattle Sr. Dempsey. - um senhor vestindo um terno impecável e muito simpático o cumprimentou.

- Obrigado. - Patrick ajeitou o cachecol em volta do pescoço e entrou no carro.

A mansão dos Pompeo não era tão distante assim e foi para lá que o motorista se dirigiu,a mesma BMW pertencente a família que ele usou quando veio para Seattle para o funeral do pai de Ellen estava na entrada denunciando que havia gente na casa,não importava quem fosse ele só queria falar com Ellen.
Ele ia tocar a campainha quando Dalva apareceu vestindo um chapéu com uma tesoura na mão que usava para cuidar de suas plantas que davam um ar feliz diante da rica moradia.

- Oi. - Dalva se aproximou,pelo contraste do sol não reconheceu Patrick de imediato, só teve a certeza quando chegou perto e ficou boquiaberta.

- Oi Dalva. - Patrick sorriu. - Eu posso entrar? Gostaria de falar com a Ellen.

- A Ellen...- Dalva gaguejou,não sabia nem o que dizer,ela já não sabia mais mentir como fez ao telefone.

- Não minta mais para mim que ela não está,porque eu sei que ela está aí sim. - Patrick com esforço conteve a raiva,não era com a governanta da família que ele tinha que tirar satisfações. - Por favor,diga a Ellen que quero falar com ela e que não vou sair daqui até isso acontecer. - sabia que não estava sendo muito educado, mas também não era culpa de Dalva que tudo estava acontecendo. - Me desculpe se estou sendo grosso,mas eu não sei o que aconteceu para ela vir parar aqui.

- Me desculpe,mas...

- Pode deixar Dalva que a visita é para mim.

Ellen vinha caminhando na direção deles,usava uma camiseta e calças jeans,os cabelos estavam presos em um rabo de cavalo com um laço,aparentava não mais de 20 anos,mas tinha algo em sua expressão que não era mais a mesma mulher do rosto meigo e delicado,seus olhos estavam frios,sem brilho.

- Fala de uma vez o que te trouxe aqui que eu não tenho todo o tempo do mundo para você. - ela disse com frieza enquanto Dalva desviava para o lado dando lugar para que ela ficasse a frente de Patrick.

Dalva deixou os dois a sós.

Ellen tinha todos os motivos do mundo para estar com medo,até mesmo aterrorizada,havia se apaixonado e saiu magoada e ferida pelo homem que ela jurava que era somente seu.
Estavam presos ali numa situação sem esperança,um círculo vicioso em que o encontro se deu na hora errada.
Mas havia avançado demais ao sair pela porta para falar com ele,não pararia,ia até o fim da linha e se possível iria fazer ele sentir o dobro do que ela sentiu desde que viu ele e Jillian.
Patrick suspirou imaginando onde estava sua Ellen,aquela que sempre sorria para ele,teve o pressentimento de que se arrependeria de qualquer coisa que fizesse ou falasse.

Top Model,a modelo do magnataOnde histórias criam vida. Descubra agora