CAPÍTULO VINTE E TRÊS - CHRISTOPHER

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Sentei-me na cadeira e fiquei observando o volume na barriga de Zoe. Aquilo era tão estranho, a última vez que a vi, ela não tinha barriga alguma e agora, parecia já ter uns cinco meses de gestação.

— De quanto tempo mesmo você disse que estava?

— Eu não disse. — Respondeu ela antes de tomar um pouco de chá.

— Então... a gente nem conversou direito ontem. Você me pegou completamente desprevenido, há quanto tempo você sabia?

— Já sabia há um tempo antes de você terminar comigo, só estava esperando o momento certo pra contar.

— De quanto tempo você está? Você disse que descobriu o sexo, o que é?

— Vai fazer vinte semanas amanhã, e é um menino.

Senti meu coração bater forte, eu ia ter um filho? Era isso mesmo? Um menino? Meus olhos de umedeceram e eu deixei meus lábios esboçarem um sorriso leve.

— Eu vou entender se você quiser fazer teste de DNA, minha barriga tá enorme, mas acredite, eu também estou assustada com o quanto ela cresceu nas últimas semanas.

— Eu acredito em você e estou feliz que tenha me procurado. — Peguei sua mão sobre a mesa. — Eu vou te dar todo o apoio que precisar, mas preciso dizer minha situação financeira não está das melhores.

— Como assim? Você não estava bem no emprego?

— É uma longa história, mas não vou deixar faltar nada pra ele.

— Eu não vim atrás de dinheiro, você sabe que não preciso disso, né? E tampouco vim tentar atrapalhar seu relacionamento, eu só quero que o nosso filho tenha um pai presente.

— Ele terá, eu prometo. E como estão seus pais com tudo isso?

— Minha mãe está tranquila, mas. Meu pai bate na tecla de casamento, mesmo eu nem morando com eles mais, ele é muito conservador, eu já te disse.

— Talvez eu devesse conhecer os dois, para eles saberem que você não vai cuidar do bebê sozinha.

— Acho melhor não, pelo menos ainda não. Só... eu deixo você pendente das consultas, pode ser? Se quiser ir comigo, é claro.

— Tem certeza?

— Hurrum.

— E você já pensou em um nome?

— Já sim.

— E qual seria?

— Christopher.

— Christopher? — Fiz cara de surpreso. Depois de eu dispensá-la ela ainda tinha coragem de pôr meu nome no bebê.

— É. Eu gosto do seu nome, tem uma pronúncia legal.

— E é bonito. — Brinquei, fazendo-a dar um sorriso. — Boa escolha.

— É... eu preciso ir, fiquei de comprar algumas coisas com minha mãe.

— Você precisa de dinheiro? — Peguei minha carteira, mas antes que eu pudesse abri-la, Zoe me interrompeu.

— Christopher, não! Se eu precisar de alguma coisa, eu juro que te falo, no momento, a única coisa que quero, é que seja presente na vida dele.

— Mas...

— Eu gosto de você, mas não quero ser um peso na sua vida. O bebê tem direito a ter um pai, alguém que o ame e tudo bem.

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