Encostei-me no capô carro enquanto aguardava Tony pegar uma garrafinha de água no interior do veículo. Estava mais quente ali do que eu imaginava, e aquilo estava destruindo a minha pressão.
À nossa minha frente eu observava Christopher caminhar na direção do imenso portão azul. Era alto assim como os muros que rodeavam o local, impossibilitando completamente a vista de dentro. O vi tocar o interfone, aquele simples gesto me fez tremer, fez meu estômago dar voltas.
— Aqui, Dul. Toma que vai ajudar. — Tony me entregou a garrafinha de água e eu a peguei sem hesitar.
Se no dia anterior eu não tinha conseguido comer, ali eu estava apenas pela fé. Tomei um pouco da água, torcendo para que meu estômago não a colocasse para fora como fez com tudo que tentei comer.
— Você está muito pálida, se não comer vai acabar desmaiando.
— Eu sei, eu tentei, você viu.
— Sim. — Tony me abraçou e depositou um beijo na minha testa. — Vamos lá?
Assenti. Eu estava com medo das respostas que encontraria dentro daquele lugar, talvez, no fundo, eu tentava acreditar que Fernando e Alexandra não tivessem sido tão podres como realmente eram.
Tony e eu nos aproximamos do portão e nesse mesmo instante um homem o abriu. Ele estava vestido de preto, como um segurança comum se vestia.
— Pois não? Como posso ajudá-los?
— Bom dia, meu nome é Christopher e gostaria de falar com um responsável.
— Referente a quê?
— A uma pessoa que pode estar internada aqui.
— Você tem o nome?
— Blanca. Blanca Saviñon.
Eu estava petrificada, Christopher era o que tomava as rédeas no momento e eu apenas observava a conversa, que ao meu ponto de vista, estava em câmera lenta.
— Um momento, eu já volto.
Ele não nos deixou entrar, mas fechou o portão em nossa cara, desaparecendo para dentro do local. Christopher me olhou, eu não sabia se era um olhar positivo ou negativo. Demorou alguns minutos até ele voltar, dessa vez, acompanhado de uma mulher vestida de branco.
— Bom dia, sou a doutora Martina, em que posso ajudá-los?
— Bom dia. — Christopher a cumprimentou. — Meu nome é Christopher, e esses são Dulce e Tony e a gente está procurando por uma pessoa que pode estar internada aqui.
— E qual seria o nome dessa pessoa.
— Blanca. Blanca Saviñon.
A mulher ficou um tempo em silêncio, provavelmente pensando no que responder, então ela fez uma careta. — Não tem nenhuma pessoa com esse nome internada aqui.
Eu senti uma frustração tão grande e só quis chorar, mas consegui me conter naquele momento. Christopher saiu em silêncio e foi até o carro, voltando segundos depois com os papeis em mãos.
— Encontramos pagamentos em cheques assinados por Fernando Espinosa, no caso, pai da senhorita Dulce. Infelizmente ele já não está entre nós, e gostaríamos de saber a situação.
— Fernando Espinosa? — A afeição da mulher mudou por completo, como quem o conhecia. — Por que não falaram antes?
— Então...
— A irmã dele está internada aqui, o nome dela é Lucía. Se você é mesmo filha de Fernando, ela é sua tia, você não a conhece? — Ela perguntou e eu neguei, minha mente foi nos documentos que agora estavam nas mãos de Christopher. Esse nome estava lá, eu me lembrava de lê-lo, mas ainda não fazia ideia de quem era essa pessoa.
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Destinos Cruzados | VONDY
FanfictionUnidos ainda crianças pelo casamento dos pais, Dulce Maria e Christopher se veem obrigado a conviver, compartilhando uma vida em família, mas a chegada da nova irmã deixa as coisas ainda mais difíceis. Dulce é afastada da mãe por seu pai egoísta, Ch...