CAPÍTULO CINQUENTA E OITO - DULCE

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🚩🚩🚩🚩 O CAPÍTULO A SEGUIR CONTÉM CENAS DE VIOLÊNCIA E GATILHOS EMOCIONAIS.

Sentada no canto do quarto eu ficava olhando para a porta, esperando o momento que finalmente alguém apareceria ali, fosse para me resgatar ou me matar. Eu esperei por tanto tempo que acabei adormecendo com a cabeça apoiada naquela parede que, apesar da pouca iluminação, estava muito suja.

Quando voltei a acordar, ainda estava sozinha, tremendo de frio porque a única blusa de frio que eu tinha não era suficiente para eu aguentar mais que alguns minutos na rua, com fome porque eu não tinha conseguido comer nada no café da manhã e com sede, muita sede. A pouca iluminação do local vinha por debaixo da porta e quando eu acordei, estava escuro o que não permitia que eu visse mais nada ali dentro. Fosse quem fosse, tinha me trancado e não parecia ter a menor intenção de voltar, pelo menos não tão cedo.

Eu me encolhi no escuro tentando manter um pouco o calor do meu corpo, mas estava impossível. Minha temperatura caiu e aquilo me fez adormecer como um mecanismo de defesa do meu organismo para poupar energia.

Na segunda vez que acordei foi com alguém jogando um balde de água fria em mim. Eu estava sentada em uma cadeira e com braços e pernas amarrados. Pisquei algumas vezes tentando entender o que estava acontecendo, por um momento eu tinha me esquecido que tinha sido sequestrada.

Um homem de máscara se aproximou, ele não era o único ali. Tinha pelo menos mais três caras ali, todos com seus rostos cobertos, mas somente um começou a falar.

— Você sabia que um ser humano não é capaz de sobreviver sem água por mais que três dias?

  — Quem é você?

— Sem comida, seriam cinquenta, mas sem água, você não sobreviverá para chegar até lá.

— O que você quer de mim? É dinheiro?

Ele deu uma risada malévola, se aproximou e segurou meu queixo, apertando suas unhas contra minha pele.  — Onde está Tony Guzmán?  — Meus lábios quase me traíram em um sorriso, Tony estava mesmo vivo? Não tinham conseguido pegar ele? Se estava, por que ela não voltou pra mim?

— Por que eu diria a você?  — Perguntei tentando manter um pouco de firmeza.

— Porque não vamos te soltar enquanto você não nos contar.

Eu dei uma risada.  — Deveria perguntar para a pessoa que mandou matá-lo.

Ele soltou meu queixo e se afastou como quem estivesse indo embora, mas então eu o vi, num movimento rápido cerrar seus punhos e acertar a lateral do meu queixo, a dor foi tanta que eu achei que teria deslocado meu maxilar, mas eu não gritei, eu não reclamei.  — Eu não gosto de repetir as mesmas perguntas, então eu vou perguntar pela última vez. Onde está Tony Guzmán?

— E eu vou repetir pela última vez: Eu-não-sei!

— Você sabe o que a gente costuma fazer com as vadias como você?

— Tenho minhas suspeitas.

Ele deu uma risada, eu tremi. Eu sabia que não pegariam leve, que iriam me revirar do avesso se fosse necessário, o problema que eu não fazia ideia de onde Tony estava e não acredito que o entregaria se soubesse.

— Tirem a roupa dela.  — Ordenou e então eu vi os outros homens se aproximarem.

Eles me desamarraram e enquanto dois me seguravam, o outro me despia sem hesitar, achei que me deixariam completamente nua, mas mantiveram minhas roupas íntimas. Vi aquele primeiro homem abrir a porta, falar algo com alguém do lado de fora e então entraram com um balde grande, pude ver que ele estava cheio de água.

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