Sem olhar para trás - POV Christopher

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Acordei confuso com o barulho, uma música alta tocada no quarto e Dulce e ao mesmo tempo eu podia ouvir minha mãe gritar. Geralmente eu tinha sono pesado, mas com a patifaria acontecendo perto da minha porta, foi impossível não despertar.

Confuso me levantei e fui até lá, minha mãe socava a porta de Dulce com tanta força que a impressão que dava era que iria cair. Alexia estava parada na porta de seu quarto, seus olhos estavam arregalados, provavelmente também acordou com o barulho, assim como eu.

— O que está acontecendo?

— Aconteceu que eu estou farta dessa garota.

— O que ela fez?

— Está ouvindo música alta à essa hora. Amanhã vocês têm aula, a Alexia precisa dormir, aliás, duvido que alguém consiga dormir com isso.

— Deixa que eu resolvo, tá bom?

— Diga a ela que é a última vez que ela chega tarde, que não vou tolerar mais esse tipo de comportamento.

— Tá, só... vai pro quarto. E você também, Alexia, volte a dormir.

— Eu não consigo dormir com essa música.

Esperei que as duas voltassem para o quarto e então dei leves batidas na porta. Dulce não abriu, não sabia nem dizer se ela estava me ouvindo, mas não desisti. Sentei-me ali na porta e fiquei esperando que ela se desse por vencida, e quase meia hora depois ela desligou o som.

— Dulce?

— O que você quer? — Sua voz saiu rude, mas então ela abriu a porta e eu quase caí para trás.

Levantei-me rapidamente e fiquei de frente para ela. — O que houve? Por que está se comportando assim?

Seus olhos estavam vermelhos, por um momento pensei que ela havia chorado, mas a julgar pelo cheiro forte de maconha em seu quarto, sabia que o motivo não era isso.

— Você precisa parar de usar essa porcaria.

— Não quero. Você deveria experimentar, é bom.

— É isso que você vai fazer na casa desses seus novos amigos?

— E muito mais, se é que me entende.

Dulce se afastou e começou a ir na direção do banheiro, e no meio do caminho simplesmente começou a se despir como se estivesse sozinha. Eu entrei no quarto, fechei a porta e fui abrir as janelas, aquele cheiro me dava náuseas e eu odiava isso.

Enquanto ela tomava um banho eu comecei a organizar seu quarto, eu era bagunceiro, mas Dulce estava num nível muito mais alto que eu, juntei algumas roupas e coloquei no cesto e consegui coletar pelo menos seis copos sujos e alguns pratos com talheres, que provavelmente já estavam ali há dias. Era visível que Dulce não estava bem, ela foi de uma garota súper educada – com exceção quando se tratava de minha mãe – a uma menina desleixada, que não fazia a menor questão de manter limpo o único ambiente da casa que era inteiramente dela.

Depois que organizei algumas coisas, fiz questão de trocar seu forro de cama, ela não autorizava ninguém entrar ali, então mesmo tendo empregados, era difícil manter tudo limpo.

— Ainda tá aqui? — Perguntou ela, siando do banho apenas enrolada em uma toalha.

— Vamos conversar?

— São duas horas da manhã, eu não quero conversar.

— Você não me parece estar com sono.

— Não mesmo. — Disse ela se aproximando.

Destinos Cruzados | VONDYOnde histórias criam vida. Descubra agora