Epílogo

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POV: DULCE

Abri os meus olhos e então rolei um pouco na cama. Não pude deixar de me espreguiçar. A primeira coisa que vi quando me virei, fora um quadro enorme meu, de Christopher, Luna e Amália. Fiquei um tempo observando, recapitulando o dia anterior, como o médico havia pedido para eu fazer todas as manhãs antes de me levantar.

Lembro-me de ter ido levar Luna na escola e depois ter ido até uma livraria para a leitura em grupo com Amália.

Luna estava no primeiro ano da escola. Seus cabelos exageradamente negros e lisos não era como eu queria que fosse. Além do mais, seus olhos tinham um tom mel, e eram tão expressivos como sua personalidade. Ela era carismática, mas dona de uma energia que eu desconhecia. Fazia amizade com facilidade, dominava, aos quatro anos e meio, facilmente dois idiomas e adorava me acompanhar na aula de box às quartas feiras. Já Amália nasceu uma mistura minha e de Christopher, seus cabelos ondulados de pontas cacheadas e seus olhos eram claros, um tom quase verde, que, segundo Christopher, herança de família. Ele não me mostrou fotos da mãe dele, e também não fiz questão alguma de saber como ela era, a única coisa que disse era que Amália tinha puxado os olhos dela, mas segundo palavras dele "pelo menos a personalidade é completamente oposta.".

Desde que nasceu, Amália era dócil. Achava graça de tudo e amava ficar grudadinha com qualquer pessoa que estivesse dispostas a receber seu carinho. Ela era extremamente grudada com minha mãe e Victor.

Depois de um tempo deitada, eu me levantei e vi que estava nua. Pensei um pouco e me lembrei da noite anterior. Dei um sorrisinho bobo e segui para o banheiro. Christopher não me poupava, segundo ele, queria ter certeza que me lembraria do que tivemos durante a noite quando eu acordasse.

Eu gostaria de dizer que minha memória tinha voltado, mas salvo uma memória ou outra, só havia tido piora. Cheguei a esquecer Luna na creche um dia, mas Victor que chegara cedo do trabalho, correu até lá e me salvou. Me senti a pior mãe do mundo, mas Christopher foi tão carinhoso quando chegou do trabalho, que me acalmou.

Depois que tomei banho, saí do quarto, e no corredor tinha tantos quadros de fotos, que não pude contar. Era como uma linha do tempo, fotos das meninas no dia que nasceram, fotos nos últimos anos da nossa família, fotos do meu casamento com Christopher em que Annie, Poncho, Julia e Mateo estavam presentes, isso um ano depois que nos mudamos.

Eu gostava da cidade que morávamos. Era perto de Nova York, então eu podia viver na calmaria do subúrbio e quando quisesse uma vida mais agitada, estava a uma hora de carro.

Ouvi risadas de crianças e então segui meu caminho. Desci as escadas que davam na sala de estar e lá estava Vitor, ajoelhado no chão enquanto brincada com as netas. Parei ali no pé da escada e fiquei observando a cena. Os cabelos enormes de Amália estavam precisando urgente de um corte, mas temia perder os cachimbos em suas pontas. A vi tirar o cabelo do rosto e então correr para longe de Victor que imitava um dinossauro. Já Luna, com toda a coragem que a Irma não tinha, subiu no sofá e pulou em cima do avô.

— Meninas, vocês vão se machucar! — Disse minha mãe chegando na sala. — Vamos tomar café da manhã, as duas pra cozinha.

Elas sequer me viram ali, as duas seguiram minha mãe para a cozinha e então Victor acenou, mas então senti um abraço por trás e Christopher pousar seu queixo em meu ombro.

— Bom dia flor do dia.

— Bom dia, meu príncipe.

— Dormiu bem? — Assenti.

— E estou varada de fome. Onde estava?

— Arrumando a cama da sua filha. Pulou nela até quebrar.

— Sério?

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