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∞︎︎

Tae entra no quarto e me dá um abraço. É estranho constatar que bracinhos tão magros e finos podem ser tão reconfortantes.
— Obrigado por tirar Jungkook daqui—, digo entre soluços, e ele me abraça com mais força. As lágrimas escorrem em abundância e sem previsão de parar tão cedo.
— Jungkook é meu amigo, mas você também é, e não quero te ver chateado por causa dele. Desculpa, é tudo culpa minha. Sabia que era melhor dar a
chave reserva para o Choi, não devia ter deixado que o Jungkook viesse aqui a qualquer hora. Ele é bem desagradável as vezes. —
— Não, a culpa não é sua de jeito nenhum. E sou eu que preciso pedir desculpas, por atrapalhar a amizade de vocês. —
— Até parece —, ele diz.

Afasto-me do seu abraço e contemplo a expressão de preocupação em seu rosto. Ainda bem que ele está aqui. Tae nem imagina o quanto sou grato por sua presença. Estou me sentindo absolutamente sozinho: Jongin pediu um tempo para decidir se continua ou não comigo, Jungkook é um imbecil, minha mãe ia surtar se conversássemos sobre isso, e Namjoon ficaria
decepcionadíssimo se descobrisse o quanto estou envolvido com Jungkook.

Eu literalmente não tenho ninguém além desse menino tatuado, de cabelos de fogo, de quem jamais imaginaria ser amigo algum dia. Mas estou muito feliz por tê-lo aqui comigo.

— Você quer conversar a respeito? —
Preciso tirar tudo isso do meu peito. Conto tudo para ele, desde a primeira vez que beijei Jungkook, passando por nosso dia no riacho, até o orgasmo que lhe proporcionei na cama. Conto
também que Jungkook disse meu nome enquanto dormia antes de destruir toda e qualquer estima que eu poderia sentir por ele quando me obrigou a confessar tudo diante de Jongin.

Sua preocupação se transformou em choque e depois em tristeza. Minha camisa está encharcada de lágrimas quando termino o relato, e le segura minha mão.
— Uau, eu nem imaginava que a coisa tinha chegado a esse ponto. Você podia ter me contado logo depois do primeiro beijo. Percebi que estava rolando alguma coisa quando Jungkook veio aqui naquele dia que fomos ao cinema. Ele apareceu um minuto depois de a gente se falar no telefone, então desconfiei que tinha vindo para ver você. Enfim, o Jungkook é um cara legal às vezes. Quer dizer, no fundo o problema é que ele não sabe demonstrar afeto da maneira que você quer e precisa, e isso serve para a maioria das outras pessoas também. Se eu fosse você, investia no Jongin, porque Jungkook não serve para ser namorado de ninguém —,
ele diz, apertando minha mão.
Sei que ele tem razão em tudo o que disse.

Mas por que precisa doer tanto assim?

Como sempre, Namjon está encostado na parede de tijolos do lado de fora do café na manhã de segunda-feira. Faço um aceno ao vê-lo e logo reparo em uma mancha roxa em torno de seu olho
esquerdo, e quando olho mais de perto vejo um hematoma em sua bochecha também.
— O que aconteceu com seu olho?! —, pergunto, indo correndo até ele.
Quando me dou conta do que está
acontecendo, o choque é total e absoluto.
— Namjoon! Foi Jungkook que fez isso? —,
pergunto com a voz trêmula.
— Foi… —,
ele admite, deixando-me horrorizada.
— Por quê? O que aconteceu? —
Quero matar Jungkook por ter machucado Namjoon.
— Ele saiu furioso de casa depois que você foi embora e voltou mais ou menos uma hora depois, totalmente enlouquecido. Saiu caçando outras
coisas para quebrar, e eu não deixei. Enfim, nós brigamos. Não foi tão ruim, na verdade. Serviu para dissipar uma parte da raiva que existe entre nós
dois. Também acertei umas boas pancadas —, ele conta, orgulhoso.

AFTER - JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora