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No caminho de volta, o clima fica bem
esquisito. Com minhas roupas no colo, fico olhando pela janela, à espera de que Jungkook quebre o silêncio. Ele não faz nem menção disso, então pego meu celular na bolsa. Está desligado. A bateria deve ter acabado durante a noite. Tento ligar mesmo assim, e a tela se acende. Fico aliviado ao ver que não tem nenhuma mensagem de texto ou de voz. Os únicos ruídos que ouço são do carro, da chuva leve e o do guincho baixinho do limpador de para-brisa.

- Ainda está bravo? -, ele finalmente pergunta,.quando entramos no campus.
- Não -, minto. Não estou exatamente bravo, e sim chateado.
- Estou vendo que está. Pare de ser criança. -
- Não estou, não. E para você não faz diferença, já que vai me deixar aqui para ir encontrar Yeri -

Essas palavras escapam da minha boca antes que eu possa fazer alguma coisa para detê-las. Detesto sentir o que sinto em relação a ele e Yeri. Meu estômago se revira quando penso nos dois juntos.
O que ele vê de tão interessante nela, aliás? O cabelo cor-de-rosa? As tatuagens?

- Não é isso que vou fazer. Não que seja da sua conta, claro -, ele esbraveja.
- Bom, você atendeu o telefone correndo quando eu ia... você sabe-, murmuro. Era melhor ter ficado quieto. Não estou a fim de brigar com Jungkook agora. Principalmente levando em conta
que não sei quando vamos nos ver de novo. Elevnão podia ter largado a aula de literatura. Jungkook mexe comigo em todos os sentidos.

- Não é nada disso, Park -, ele afirma.
Então voltei a ser Park?
- Ah, não, Jungkook? Pois é o que parece. Mas, enfim, não estou nem aí. Sabia que isso não ia durar -, admito por fim, para ele e para mim mesmo. Não queria ir embora da casa do pai dele porque sabia que, assim que ficasse sozinho com Jungkook, voltaríamos à estaca zero. Como sempre.

- O que não ia durar?-
- Isso... nós dois. Você ser legal comigo.- Não tenho coragem de encará-lo. É assim que Jungkook me faz amolecer todas as vezes.
-E agora, então? Você vai ficar me evitando por mais uma semana? Nós dois sabemos que no fim de semana você vai estar na minha cama outra vez-, ele retruca.
Não é possível que tenha dito isso.
-Como é?! -, grito. Estou sem palavras. Ninguém nunca falou assim comigo - ninguém nunca me tratou com tanto desrespeito. As lágrimas surgem
nos meus olhos, e o carro vai diminuindo avelocidade até parar.

Antes que ele possa responder, abro a porta, pego minhas coisas e vou correndo para meu quarto. Corto caminho pela grama molhada e me repreendo mentalmente por não ter ido pela calçada, mas preciso me afastar de Jungkook o mais depressa possível. Quando ele disse que me queria, foi só no sentido sexual da coisa. Sempre soube disso, mas mesmo assim é um golpe difícil de assimilar.

-Jimin! -, ele grita. Um dos sapatos de Tae cai no chão, mas continuo correndo. Depois compro um novo para ele.
- Porra, Jimin! Espera! -, ele berra de novo. Não esperava que ele viesse atrás de mim. Começo a correr mais rápido, e finalmente chego ao alojamento e atravesso às pressas os corredores.
Quando abro a porta do quarto, estou aos prantos, e a bato com força atrás de mim. Minhas lágrimas estão misturadas à água da chuva, e me viro para pegar minha toalha...
Então fico paralisado ao ver Jongin sentado na minha cama.
Ai, Deus, não agora. Jungkook vai aparecer na porta a qualquer momento.
Jongin se levanta e vem correndo até mim.
- Jimin, o que aconteceu? Onde você estava? - Ele tenta segurar meu rosto, mas eu viro a cabeça. A dor em seus olhos é visível quando recuso seu toque.
- É que... desculpe, Jongin-, grito quando Jungkook escancara a porta, fazendo os batentes rangerem.
Os olhos arregalados de Jongin se estreitam quando pousam sobre Jungkook. Ele dá um passo atrás, com uma expressão horrorizada. Jungkook atira no chão o sapato que deixei cair no gramado e entra no quarto sem dar a mínima bola para a presença de Jongin.

AFTER - JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora