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No dia seguinte, Namjoon e eu nos encontramos no café antes da aula para conversar sobre nossas anotações de sociologia. Demorei uma hora para
conseguir pôr meus papéis em ordem depois da gracinha de Jungkook.

Sinto vontade de conversar com Namjoon a respeito, mas não quero que ele tenha uma impressão errada sobre mim, principalmente agora que sei que o pai de Jungkook é namorado da mãe dele. Namjoon deve saber um bocado de coisas sobre Jungkook, e preciso me
segurar para não fazer perguntas demais.

Mas, no fundo, não me interessa o que Jungkook faz ou deixa de fazer.
O dia passa voando, e chega a hora da aula de literatura. Como sempre, Jungkook se senta ao meu lado, mas não parece interessado nem em olhar para mim.
— Hoje vai ser o último dia de discussão sobre Orgulho e preconceito —, informa o professor.
— Espero que tenham gostado e, como agora já leram até o fim, podemos começar o debate falando sobre
como Jane Austen lida com as expectativas criadas em suas histórias.
Como leitores, vocês esperavam
que Elizabeth e Darcy terminariam juntos? —

Um monte de gente começa a murmurar ou folhear os livros como se houvesse uma resposta certa para aquela pergunta, mas, como sempre, apenas Namjoon e eu levantamos a mão.
— Sr. Park —, ele diz.
— Bom, a primeira vez que li, fiquei desesperado para saber se eles terminavam juntos ou não.
Mesmo agora, depois de já ter lido umas dez vezes, ainda sinto a tensão que existe no início do relacionamento deles. O sr. Darcy é muito cruel e
diz coisas tão terríveis sobre Elizabeth e a família dela que parece impossível que ela seja capaz de perdoá-lo e ainda mais amá-lo.—
Namjoon balança a cabeça afirmativamente ao ouvir minha resposta, e eu abro um sorriso.
— Que papo furado. — Uma voz interrompe o silêncio. A voz de Jungkook.

— Tem alguma coisa a acrescentar, sr. Jeon? —, pergunta o professor, claramente surpreso com a participação de Jungkook.
— Tenho, sim. Eu disse que é papo furado. As mulheres querem aquilo que não podem ter. É a grosseria do sr. Darcy que atrai Elizabeth, então está na cara que os dois vão terminar juntos —, diz Jungkook, cutucando as unhas como se não tivesse o menor interesse na conversa.
— Não é verdade isso de as mulheres quererem o que não podem ter. O sr. Darcy só foi cruel com ela porque era orgulhoso demais para admitir que
estava apaixonado. Quando parou com a encenação ridícula, percebeu que a amava de verdade —, rebato, mais alto do que gostaria.
Muito mais alto. Olho ao redor e vejo que todos os rostos dentro da sala estão voltados para mim e Jungkook.

Ele expira com força.
— Não sei com que tipo de sujeito você costuma lidar, mas acho que, se ele
fosse apaixonado por ela, não seria grosseiro. Ele só pediu a mão dela em casamento porque ela ficou se jogando em cima dele —, Jungkook diz de forma
bastante enfática, e sinto meu coração disparar. Finalmente descubro o que ele pensa de verdade.
— Ela não se jogou em cima dele! Ela se deixou iludir e pensou que ele estava sendo gentil, e ele se aproveitou desse momento de fraqueza! —, grito, e a
sala fica em silêncio de vez.
O rosto de Jungkook está vermelho, e com certeza o meu também.
— Ela ‘se deixou iludir? — Conta outra… Ela está… Quer dizer, ela estava tão aborrecida com sua vidinha entediante que foi atrás de emoções em outro lugar… então se jogou em cima dele, sim! —, ele grita de volta, segurando com força a carteira.

AFTER - JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora