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Quando finalmente paro de soluçar, Namjoon pergunta baixinho:
— Ouvi Jungkook dizer que te ama? —.
— Sim… não sei… Ele só estava tentando fazer uma cena ou coisa assim —, digo, e quase começo a chorar de novo.
— Você acha… Não se irrite comigo… Mas você acha que ele estava sendo sincero?—
— O quê? Claro que não. Nem tenho certeza de que ele gosta de mim. Sei lá, quando estamos sozinhos, ele é muito diferente, e acho que talvez se importe comigo. Mas sei que não me ama.
Jungkook não é capaz de amar ninguém além de si mesmo —, explico.
— Estou do seu lado, Jimin, juro que estou—, Namjoon diz.
— Mas o olhar dele quando nos afastamos… Ele parecia arrasado. Ninguém fica arrasado sem estar apaixonado. —
Não pode ser verdade. Senti meu coração se despedaçar quando ele beijou Yeri, mas não amo Jungkook.
— Você ama Jungkook? —, Namjoon pergunta.
— Não, não amo… Ele é… bem, ele é um idiota. Eu o conheço a menos de dois meses, e metade desse tempo… na verdade, todo esse tempo, passamos brigando. Não se pode amar alguém em
apenas dois meses. — Minha voz é estridente e as palavras saem depressa.
— Além disso, ele é um idiota. —
— Você já disse isso —, Namjoon comenta, e eu percebo que ele quer sorrir, mas tenta se controlar.
Não gosto da pressão que sinto no peito
enquanto falamos do fato de amar ou não Jungkook.

Sinto náuseas e o carro parece abafado. Desço um pouco o vidro e recosto a cabeça nele, sentindo o ar que entra passar por mim.
— Você quer ir para a minha casa ou para a sua? —, ele pergunta.
Quero ir para o meu quarto, deitar encolhido na cama, mas receio que Tae ou Jungkook apareçam.
As chances de Jungkook ir à casa do pai são tão pequenas que me parece a melhor opção.
— Para a sua, mas podemos passar no meu quarto para pegar umas roupas? Desculpe por pedir tudo isso. —
— Jimin, é um trajeto curto e você é meu amigo. Para de agradecer e de se desculpar —, ele diz com firmeza, mas seu sorriso meigo me faz rir.
Namjoon é a melhor pessoa que conheci aqui e é muita sorte tê-lo por perto.
— Bom, vou agradecer mais uma vez por ser um ótimo amigo —, digo, e ele franze o cenho de modo brincalhão.
— De nada. Agora, vamos mudar de assunto. —

Entro no quarto e pego roupas e livros. Parece que não fico mais ali. Vai ser a primeira noite em muitas que durmo sem Jungkook. Eu estava começando a me acostumar, como fui idiota. Pego o telefone de dentro da gaveta e volto para o carro de Namjoon.
Quando chegamos à casa dele, já passa das onze. Estou exausto, e feliz por Donghae e Eunji estarem dormindo quando chegamos. Namjoon coloca uma
pizza no forno para nós e como mais um dos cupcakes que fizemos. Aquele momento na cozinha com Eunji parece ter acontecido semanas atrás, não horas. Tive um dia bem longo, e começou muito bem com minha manhã com Jungkook e a entrevista de estágio, mas então ele arruinou tudo, como sempre faz.

Depois que comemos a pizza, Namjoon e eu voltamos para o andar de cima e ele me leva para o quarto de hóspedes onde fiquei da última vez. Bem, não fiquei ali, exatamente, já que fui acordado por
Jungkook gritando. O tempo não tem feito sentido desde que nos conhecemos. Tudo aconteceu muito depressa, e fico tonto de pensar nos bons momentos que tivemos e em como foram entremeados por muitas discussões. Agradeço a Namjoon de novo e ele revira os olhos antes de ir para o quarto. Ligo o telefone e encontro muitas mensagens de texto de Jungkook, Tae e da minha mãe.

Apago todas sem ler, menos as da minha mãe. Já sei o que está escrito nelas e chega dessa história por hoje. Desabilito as notificações de mensagens, visto o pijama e vou para a cama.
É uma da manhã e tenho que me levantar daqui a quatro horas. Amanhã vai ser um longo dia. Se eu não tivesse perdido as aulas da manhã de hoje, ficaria em casa, ou melhor, aqui. Ou iria para o dormitório. Por que convenci Jungkook a voltar para a aula de literatura coreana? Depois de virar para um lado e para o outro na cama, olho para o relógio para ver que horas são: quase três. Apesar de hoje ter sido um dos melhores e depois um dos piores dias da minha vida, estou exausto demais para conseguir dormir.

Quando dou por mim, estou na porta do quarto de Jungkook. E entro. Sem ninguém por perto para me julgar, abro a segunda gaveta e pego uma camiseta branca. Percebo que nunca foi usada, mas não me importo. Tiro minha camiseta e visto a branca. Deito na cama e afundo a cabeça no travesseiro. Sinto o cheiro do perfume almiscarado dele e finalmente adormeço.

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Boa leitura!!

AFTER - JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora