26

652 66 2
                                    

           

                      ∞︎︎

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

                   
  
∞︎︎


A mão de Jungkook ainda está sobre minha coxa, e eu desejo que ele nunca mais a tire dali.
Aproveito para dar uma rápida examinada nas tatuagens que cobrem seus braços.O símbolo do infinito logo acima do pulso chama minha atenção outra vez, e me pergunto se aquilo tem um significado especial para ele.

Parece uma coisa bem pessoal, tatuado ali, logo abaixo da mão. Procuro pelo mesmo desenho em sua outra mão, mas não encontro.O símbolo do infinito é uma tatuagem bastante comum, principalmente entre mulheres, mas o fato de o desenho no braço dele parecer
dois corações entrelaçados me deixa intrigado.

— Então, de que tipo de comida você gosta? —, ele pergunta.
Finalmente uma pergunta normal. Prendo meus cabelos bagunçados e quase secos em um coque, e penso um pouquinho sobre o que gostaria de comer.
—Bom, na verdade gosto de tudo, desde
que saiba o que estou comendo… e que não tenha ketchup. —
Ele dá risada.
— Você não gosta de ketchup?
Vocês coreanos não são todos apaixonados por ketchup? —, ele provoca.
— Não faço ideia, mas acho nojento.—
Damos risada, e eu olho para Jungkook, que diz:
— Então podemos ir a uma lanchonete mesmo? —.

Faço que sim com a cabeça, e ele estende a mão para ligar o som, mas interrompe o gesto e volta a
apoiar a mão sobre minha perna.
— Quais são seus planos para depois da faculdade?—, Jungkook quer saber.
Na verdade, ele já me perguntou isso antes, quando estávamos em seu quarto.
— Vou procurar emprego em uma editora ou então começar a escrever. Sei que é bobagem —, acrescento, sentindo-me envergonhado por isso.
— Você já me perguntou isso antes, lembra? —
— Não é bobagem. Conheço um cara na Editora Kim. É meio longe, mas de repente vale a pena se candidatar para um estágio. Posso falar com ele. —
— Como é? Você faria isso por mim?— Minha voz sai em um gritinho agudo, porque fui pego de surpresa. Apesar de ele ter sido muito bonzinho na última hora, eu não esperava uma atitude como aquela.
— Claro, não é nada de mais. — Jungkook fica um pouco sem graça, e tenho certeza de que é porque não está acostumado a ser gentil.

— Uau, obrigada. De verdade. Vou precisar de um emprego ou de um estágio em breve, e trabalhar numa editora seria um sonho virando realidade para mim —, declaro, batendo as mãos uma na outra.
Ele dá uma risadinha e balança a cabeça.
—De nada. —
Paramos no pequeno estacionamento de uma velha construção de tijolos.
—A comida daqui é boa demais —,ele diz antes de descer do carro, ir até o porta-malas, abri-lo e tirar de lá outra camiseta preta lisa. Deve ter um estoque
infinito delas. Estava gostando tanto de vê-lo sem camisa que quase esqueci que precisaria se vestir em algum momento.

Entramos e nos sentamos na lanchonete quase deserta. Uma senhora vem até a mesa para entregar os cardápios, mas ele diz que não precisa e pede um hambúrguer com fritas, indicando com um gesto que eu fizesse o mesmo. Aceito a sugestão e peço a mesma coisa, sem ketchup, claro.
Enquanto esperamos a comida, conto a Jungkook sobre minha infância em Busan, um lugar de que ele nunca ouviu falar, já que vem da Inglaterra.
Não perdeu grande coisa – é uma cidade pequena, onde a vida é sempre igual e ninguém nunca vai embora. Com exceção de mim: não vou voltar para
lá.

AFTER - JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora