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∞︎︎

O trajeto até a casa é tranquilo. A música de fundo no carro serve como distração, e percebo que Jungkook segura o volante com uma força um
pouco exagerada. Ele parece tenso durante todo o caminho, mas sei que, caso quisesse falar sobre alguma coisa, não teria problemas em fazer isso.

Desço do carro e começo a subir os degraus que levam à porta da frente. Com o sol ainda brilhando no céu, consigo ver as trepadeiras que cobrem as laterais da casa e suas flores brancas.
Para minha surpresa, ouço a porta do carro de Jungkook se abrir e se fechar, e em seguida seus passos na calçada.

Quando me viro, ele está a
apenas alguns passos de mim.
- O que está fazendo? -, pergunto.

- Acompanhando você, ora. -
Ele revira os olhos e aperta o passo para me alcançar no alto da escada.
- Sério? Achei que você não... -

- Pois é. Mas vamos entrar logo para ter a pior noite da nossa vida. -
Jungkook abre o sorriso mais falso que já vi. Dou uma cotovelada de leve nele e toco a campainha.

- Não preciso tocar a campainha -,
ele diz, já virando a maçaneta. Acho que isso não é problema, já que a casa é do pai dele, mas mesmo assim fico meio
sem jeito.

Quando atravessamos o hall, o pai dele aparece. A surpresa em seu rosto é evidente, mas ele abre um sorriso cativante e vai abraçar o filho.
Jungkook, por sua vez, evita o contato e passa direto pelo pai.
Uma expressão de embaraço surge nas belas feições do sr. Jeon, mas olho para o lado para que ele não fique ainda mais sem graça.

- Muito obrigada pelo convite,
sr. Jeon, -
digo quando chego até ele.

- Obrigado você por ter vindo,
Jimin. Namjoon me falou muito bem de você. E, por favor, me chame de Donghae -.
Ele sorri, e eu o acompanho até a
sala. Namjoon está sentado no sofá com um livro de teoria literária no colo. Ele sorri e fecha o livro quando me vê, e vou me sentar ao seu lado.

Não sei aonde Jungkook foi, mas cedo ou tarde ele vai ter que aparecer.

- Então você e Jungkook estão tentando ser amigos de novo? -,
Namjoon pergunta, franzindo a testa de leve. Até quero explicar o que está
acontecendo entre nós, mas sinceramente nem eu entendo.

- É uma coisa complicada. -
Tento sorrir, mas acabo não conseguindo.

- Mas você ainda está com Jongin, né? Porque, do jeito que Donghae falou, parece que vocês estão namorando.- Ele dá risada. Espero que minha risada em resposta não soe muito falsa.

- Não tive coragem de dizer que não, mas Jungkook com certeza vai se encarregar disso -,
Namjoon acrescenta.

Eu me remexo desconfortavelmente no
assento, sem saber o que dizer.
- Sim, ainda estou com Jongin, mas é que... -

- Você deve ser o Jimin! -
Uma voz de mulher reverbera pela sala. A mãe de Namjoon se aproxima de mim, e eu me levanto para cumprimentá-la.
Seus olhos são reluzentes e seu sorriso é adorável. Ela está usando um vestido turquesa e um avental com estampa de morangos e bananas por cima.

- Muito prazer. Obrigado por me receber. Sua casa é linda -,
digo a ela.
Seu sorriso se escancara ainda mais, e ela aperta minha mão.

- Você é muito bem-vindo, querido, e o prazer é todo meu -,
ela responde.

Um timer apita na cozinha, e ela leva um susto.
- Bom, preciso terminar de preparar a comida, mas vejo vocês no sala de jantar daqui a pouquinho. -

- O que você está fazendo? -, pergunto a Namjoon quando ele pega o fichário.

- Os trabalhos da semana que vem. Esse ensaio sobre Tolstói está acabando comigo. -
Dou risada e balanço a cabeça - demorei horas para escrever o meu.

- Pois é, não é nada fácil. Terminei o meu uns dias atrás. -
- Bom, se os dois nerds já terminaram de falar sobre trabalhos da faculdade, eu queria jantar ainda hoje -,
Jungkook diz. Olho feio para ele, mas Namjoon dá risada e guarda o livro antes de irmos para a sala de jantar.

Pelo jeito a briga fez bem para eles, no
fim das contas. Vou com os dois até a espaçosa sala de jantar. A mesa comprida está decorada lindamente, com louças e talheres e diversos pratos de comida no centro. Eunji realmente caprichou. É melhor Jungkook se comportar, ou eu acabo com ele.

- Jimin, você e Jungkook vão se sentar ali -,
Eunji avisa, apontando para o lado esquerdo da mesa.

Namjoon se senta na frente de Jungkook. Donghae e Eunji se acomodam ao seu lado.
Agradeço e me sento ao lado de Jungkook, que está quieto e parece bem desconfortável com a situação. Eunji faz o prato de Donghae, que agradece dando um beijo em seu rosto. É um gesto tão lindo e carinhoso que sou obrigado a desviar o olhar.

Faço um prato com carne assada, batata e abobrinha e complemento com um pãozinho.
Jungkook ri baixinho ao ver a quantidade de comida que peguei.

- Que foi? Exagerei? -, sussurro.

- Nada. Os garotos que comem bem são os melhores. -
Ele dá risada de novo e faz um prato
ainda maior que o meu.
- Então, Jimin, está gostando da Seul University? -,
Donghae quer saber.

Mastigo a comida depressa para poder
responder.
- Estou adorando. Mas ainda estou no
primeiro semestre, então é melhor me perguntar de novo daqui a alguns meses -,
brinco, e todo mundo dá risada, a não ser Jungkook.

- Que bom. Já faz parte de algum clube no campus? -,
Eunji pergunta, limpando a boca com o
guardanapo.

- Ainda não, mas quero entrar no clube de leitura no próximo semestre.-

- É mesmo? Jungkook era desse clube-,
Donghae comenta, olhando para o filho, que estreita os olhos, claramente aborrecido.

- E vocês, o que acham de morar perto da S.U? -,
pergunto para mudar o rumo da conversa. A expressão de Jungkook se ameniza, o que me leva a pensar que essa é sua maneira de me agradecer.

- Nós gostamos. Antes de Donghae virar reitor morávamos em um lugar bem menor, mas, quando encontramos esta casa, foi amor à primeira vista.-

Meu garfo cai ruidosamente sobre o prato de vidro.
- Reitor? Da S.U?-,
questiono, quase sem fôlego.

- Sim. Jungkook não falou? -,
diz Donghae, olhando para o filho.

- Não... não contei. -

Eunj e Namjoon também olham para Jungkook, que se remexe na cadeira, inquieto.
Ele encara seu pai com um olhar de ódio e se levanta em um pulo, gritando:

- Não! Isso mesmo, não contei nada para ele e nem acho que isso faça diferença. Não preciso do seu nome nem do seu cargo para porra nenhuma! -.
Quando ele sai da mesa pisando duro, Eunji faz cara de choro, e o rosto de Donghae está todo vermelho.

- Desculpe, não sabia que ele... -, começo.
- Não precisa se desculpar pelo comportamento dele -,
contemporiza Donghae.

Ouço a porta dos fundos ser batida.
- Com licença -, digo antes de me levantar e sair atrás de Jungkook.

∞︎︎

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Boa leitura!!

AFTER - JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora