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𝕃𝕖𝕒𝕙

Eu já estava de volta na minha cidade.
Eu estava um pouco nervosa para voltar a minha rotina de antes.

Até porque eu acabei me afastando um pouco de Carol, mesmo não querendo. E ela com certeza sentiu essa distância.

Não que nós não fossemos mais amigas, é claro. Ainda somos.
Mas com o trabalho e os estudos, acabei meio que presa durante o dia. Quando eu tinha tempo sobrando, sempre nos falávamos.
E estava tudo bem, logo voltaríamos ao normal.
Ela entende que eu estava cansada e que isso tudo é consequência da distância.

Voltamos para casa, eu finalmente organizei as minhas roupas no meu guarda-roupas original.
Os meus livros.
A minha cama.
As minhas coisas.
O meu quarto.
Caralho, como é bom estar de volta.

Mas agora eu não tería a mesma correria todos os dias.
Agora eu não vería todos os amigos que fiz durante o tempo das gravações.
Agora sería diferente.

E mesmo estando feliz por estar de volta, eu vou sentir saudades das gravações.
Era cansativo, exaustivo e esgotante. Mas ao mesmo tempo era divertido, era incrível e me dava orgulho por estar participando de algo assim.

(...)

Depois de algumas horas, nosso pai finalmente voltou do trabalho, por volta das sete da noite.

Seu rosto estava cansado.
Suas olheiras um pouco marcadas e escuras.

É, parece que seu trabalho tem sido bem exaustivo. E além do trabalho, ele teve de cuidar da casa inteira sozinho. Manter tudo limpo, higienizado, preparar seu jantar sozinho...
Tudo isso leva tempo.
Ainda mais com nosso cachorrinho bagunçando.

Porque eu conheço bem o Totó.
Ele está sempre roendo a madeira dos móveis, mastigando os chinelos, pisando no seu xixi e sujando o chão com suas patinhas porquinhas. Além de furar algumas almofadas, de vez em quando.

E meu pai estava sozinho com o cachorro em casa.
E o Totó estava sem supervisão durante o dia.
Eu apenas imagino o quão irritado ele ficou, deve ter limpado no mínimo umas quinhentas bagunças.

O abraçamos.
- Que bom que chegaram. Eu não aguentava mais ficar sozinho aqui. -Ele resmungou- Essa casa fica um silêncio sem vocês discutindo no jantar.

- Você não estava sozinho, estava com o Totó. -Brian disse.
- Pelo amor de Deus, não fale esse nome perto dos meus ouvidos! O tanto que esse cachorro aprontou, não está escrito! Eu estava quase endoidando. Que bicho encapetado!

- O quê ele fez? -Minha mãe perguntou, nos encaramos e preparamos os ouvidos para um rio de reclamações. E com razão.
Totó é um terror.

- Eu limpei a casa literalmente TODOS os dias durante a noite, além de cozinhar para comer. E quando eu chego do trabalho no outro dia... Boom! A casa parece que foi atingida por um furacão. Literalmente, um furacão. Esse cachorro arrasta todas as almofadas pela casa! Todas! Eu achei uma até no banheiro esses dias! No banheiro! -Ele disse, indignado- E ele fez cocô no box de tomar banho!

Será que ele vai me xingar se eu rir agora?

- Ele fez mais alguma coisa? -Perguntei.
- É óbvio que ele fez. Esse bicho virou meu terror! Eu tive que comprar uns três chinelos só nesses meses porque ele mastigou todos os meus! TODOS. -Eu e Brian nos olhamos e seguramos a risada- Isso não é engraçado! Fora o fedor de mijo! Ele pisa em cima e sai desfilando pela casa. Ele é um terrorista.

(...)

Passamos um dia em casa, e eu aproveitei esse tempo para reorganizar a minha rotina.

Agora eu iria conciliar meus estudos, algum esporte, exercícios físicos... Tudo em um dia. Fica até mais fácil, já que não tem gravações.

Após organizar tudo o que eu faria, deixei minha mochila pronta para poder ir para a escola no outro dia.

- Mãe, eu posso ligar para a Carol, para ela vir aqui em casa?
- Claro.
- Valeu! -Subi as escadas correndo, pegando o celular.

Liguei para ela, que atendeu.
- Vem aqui em casa, eu cheguei! Vamos colocar o papo em dia. -Falei, antes que ela dissesse algo.
- 'To indo, em cinco minutos to aí. Tenho umas fofocas das boas!

(...)

Estávamos meio afastadas virtualmente, porém pessoalmente, estávamos iguais a antes.
A mesma comunicação de antes, a mesma velha e boa amizade de antes.

- Eu 'to chocada com o tanto de seguidores que você está ganhando. Todos os dias, você está crescendo demais! -Ela disse, animada- Espera só o seu próximo aniversário... Eu tenho umas belas fotos zoadas de você guardadas. Seus fãs vão adorar.

- Não ouse fazer isso. -Ameacei- Eu tenho fotos zoadas suas, também.
- Ah, mas não são tanto quanto as suas. Eu tenho uma em que você está com argila verde na cara, você parece o Shrek! E tem um vídeo de você levando um tombo em um balanço, eles vão adorar.
- Pode parar com isso aí, você não é nem louca.

Ela deu de ombros, e eu sabia que isso era um "eu sou, sim".

- Mas, conta aí. Falou com o Javon antes de vir? Como está a relação de vocês?
- Não sei se pode ser exatamente uma relação... Só estamos ficando.
- Mas é uma relação, Leah. Vocês se beijam, se gostam. E se dão bem.
- É...
- Você falou com ele sobre quando vocês voltassem para cá?
- Não muito... Mas eu perguntei se continuariamos nos falando e convivendo, sabe? Ele disse que sim, e não tería porque não fazer isso. E vamos nos falando para marcar algo qualquer dia desses...

- Pelo menos fica fácil para vocês se verem. Eu assisti a entrevista, vi vocês dizendo que moram na mesma cidade. E você não conhece a casa dele aqui, mas e se for no mesmo bairro? Vai facilitar muito para você.
- É... Talvez. Espero que consigamos nos ver bastante. Porque com a escola, vida pessoal...
- Relaxa, vocês vão, sim.

Assenti.
- Aliás, o beijo foi um sucesso. Eu acompanhei tudo pelo twitter, tiktok, instagram... Um sucesso.
- Ah, é, eu vi... -Fiquei um pouco constrangida- Jaden e Jayla, os irmãos dele, não podiam me ver que falavam isso.

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Oioi!! Não tenho nada para falar hj KKKKK

𝑨𝒃𝒐𝒖𝒕 𝒀𝒐𝒖 // ᴊᴀᴠᴏɴ ᴡᴀʟᴛᴏɴOnde histórias criam vida. Descubra agora