13 | Reciprocidade é coisa séria.

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Ayla

Eu sei que não teve nada demais no que ele falou, e que ele com certeza tá certo. Mas eu não me senti bem ouvindo isso, posso tá fazendo um grande drama em algo totalmente pequeno, mas eu fiquei super sem graça e a maioria ali percebeu.

Não que eu ache que tenha chances com ele, longe disso, mas eu me senti totalmente insuficiente para um homem como o Gabriel Barbosa.

Percebi minhas pernas travarem e meu nervosismo aumentar. Ansiedade do caralho que só vem nas horas erradas. Me levantei avisando que ia no banheiro. Eu nem sabia onde era, mas precisava respirar um pouco.

Senti alguém vir atrás de mim, mas nem liguei. Assim que eu entrei no banheiro e ia fechar a porta, a Bia me barrou.

- Vou entrar junto contigo. - caminhou pra frente e eu impedi ela de entrar.

- Eu tô bem, é sério. - ela me olhou com cara de brava.

- Um caralho. Vai logo, abre. - suspirei e abri espaço pra ela entrar no banheiro. Fechei a porta atrás dela e me olhei no espelho, lavando o rosto, nem liguei pra maquiagem, sequei meu rosto com papel higiênico mesmo, dando batidinhas.

- Tá assim pelo o que o Gabriel falou? - perguntou preocupada.

- Não, ele não tá errado e não tem nada demais no que ele disse. Tô mal por me sentir uma idiota diante da frase dele. Não deveria ter tido tanto efeito sobre mim. - me encostei na parede gelada e ela cruzou os braços.

- Sempre soube que ele era um babaca. - eu ri, ela sorriu também.

- Ele não é um babaca, só tem um ego muito grande. E obviamente ele não teria nada com uma fã né. Mas foi como se eu fosse apenas isso sabe, não que eu não seja, mas ele fez parecer que eu não tinha importância nenhuma e como se fosse só uma obrigação pra ele me ver, entendeu? Uma obrigação por ser famoso. - abaixei o olhar e funguei, ser sensível é foda. Me sinto mal por coisas pequenas e isso é totalmente ridículo.

- Amiga não precisa se explicar, todo mundo te entendeu, menos ele. E não se importe com isso, vamos voltar pra lá e curtir nossa noite. Fala com ele só se ele falar. - assenti e respirei fundo. Tava louca pra ir embora.

A gente saiu do banheiro e passamos na cozinha, ela pegou outra Heineken, e eu outra coca. Me sentei no meu lugar novamente, e o Gabi me olhou. Fiquei vendo as meninas dançar e rindo junto com elas. Quando deu umas 00:30 eu decidi ir embora.

Tava cedo ainda, mas eu não tinha mais pique pra ficar ali.

- Amiga? - chamei a atenção dela. - eu já vou tá? - ela me olhou franzindo a testa.

- Ué, por que? Tá cedo.

E agora? Que desculpa eu dou?

- Tenho que sair com a minha mãe amanhã cedo. - não era uma ótima desculpa, mas a Bia me conhecia e provavelmente sabia que eu tava mentindo, ela não iria me desmentir, então só assentiu.

- Beleza, quer que eu te leve? - neguei.

- Eu chamo um Uber.

- Tá maluca? Olha a hora Ayla. Tá tarde. - reprimi a risada.

- Você disse que tava cedo. - ela revirou os olhos.

Meu camisa 9 - Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora