Meu camisa 9 - Gabigol

61 | Uma mensagem indesejada.

Gabigol

Observo a curtida do jogador do Palmeiras na foto da minha namorada. Será que ela já ficou com ele? Porque não é possível que ele não saiba que nós estamos juntos.

Eu dediquei um gol de final de libertadores pra ela, o que esse cara quer curtindo a foto dela?

Foco na estrada, tentando tirar esses pensamentos da cabeça. Qualquer coisa eu pergunto pra ela.

Estaciono em frente ao prédio que ela mora, e mando mensagem avisando que já estou aqui.

Minutos depois ela desce, toda bonitinha. Vestido preto marcando o corpão dela, salto, bolsa e uma maquiagem realçando o seu olhar.

Ela entra no carro, fazendo com que eu já consiga sentir o cheirinho doce. Se ergue na minha direção, e me dá um selinho.

— Tudo bem? — perguntou sorrindo.

Ela tá bem felizinha.

— Melhor impossível. — respondo, dando partida no carro. — E você princesa, tá bem? — ela assentiu, com um sorrisinho de lado.

— Pra onde vamos? — olhou com um olhar curioso pra mim.

— Uma balada, acho que você vai gostar, é bem legal lá.

— Quem vai?

— O Fabinho, a Dhio, e uns amigos meu, que você vai conhecer.

— Não sabia que a Dhio tava no rio, ela não falou nada pra mim. — fez uma expressão confusa. Provavelmente a Dhiovanna queria fazer surpresa, e eu acabei estragando.

A tonta também não me avisa, como eu ia saber.

— As vezes ela esqueceu. — falei a primeira coisa que veio na cabeça. — Posso te fazer uma pergunta? — resolvi perguntar logo.

— Ué vida, claro que pode. — respondeu óbvio.

— Já teve algo com o Dudu, do Palmeiras. — ela deu uma risadinha, o que me fez pensar que já.

— Não, Gabi. — respondeu dando mais risada ainda, o que me deixou confuso.

— E por que tá rindo? — perguntei sério.

— Uma curtida na minha foto te faz pensar que eu já tive algo com ele? — assenti. — Não, nunca nem conversei com ele. — ligou a tela do celular e arregalou os olhos um pouquinho, e logo disfarçou.

Consegui notar, mesmo que precisasse ficar olhando pra frente. Ela tá me escondendo algo.

— O que foi? — tentei descobrir mais.

— O que foi o que? — me olhou confusa.

— Você olhou pro celular e fez uma cara de espanto. — ela deu risada, me deixando incomodado.

— Coisas da Beatriz, não é nada demais. — respondeu simples e rápido, mas eu não acreditei, mesmo assim resolvi deixar quieto.

O caminho até a balada foi um completo silêncio, não falei mais nada depois daquilo, e ela só ficou no celular.

Chegamos no local, e o pessoal estava lá em frente, provavelmente esperando a gente.