29 | Sábado diferente.

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Ayla

3 meses depois...

- Acorda Ayla. - reviro os olhos de baixo do cobertor, com a milésima tentativa da minha mãe de me acordar. - Vai logo, preciso que você vá ali comigo. - balança meu corpo.

- Qual é mãe, hoje é sábado. - falei com a voz de sono. - Que horas são? - perguntei, tirando o cobertor do rosto, e vendo a claridade que estava no quarto. Pelo visto hoje é dia de muito sol.

- 10:30, nem é cedo. - bufei baixinho, sentando na beira da cama.

- Onde é que a gente vai? - tirei o celular do carregador, verificando se era mesmo aquele horário.

- Vamos na casa do zagueiro do seu time. - arregalei os olhos.

- Qual dos? - são tantos.

- Rodrigo caio. - meu zagueiro de vidro.

- Fazer o que lá? - a olhei confusa.

- Eles estão reformando a casa, e me contrataram.

Minha mãe é arquiteta e designer de interiores, às vezes ela cuidava até da decoração. Quando eu era pequena tinha o sonho de ser igual a ela, isso mudou com o tempo.

- Vai pra ser arquiteta ou designer? - me levantei indo na direção do banheiro que ficava dentro do quarto mesmo.

- Designer, vou modificar alguns cômodos e até ajudar na decoração. - assenti.

- Por que quer que eu vá? - escorei na porta do banheiro.

- Achei que você ia gostar.

- É, eu gostei. - ela assentiu e saiu do quarto, encostando a porta.

Fechei a porta do banheiro e fiz minhas higienes matinais. Depois disso fui tomar um banho, lavando o cabelo e fazendo uma hidratação.

Bom, o que aconteceu nesses 3 meses? Muita coisa.

O Flamengo se classificou pra semi da libertadores, rumo a glória eterna. Vamos enfrentar o Emelec, lá no Equador, e decidimos no Maracanã.

Minha amizade com a Dhio cresceu ainda mais, e o que mudou é que agora somos um trio, eu, ela e a Bia, de vez em quando a Luiza participa dos nossos rolé.

Dhio voltou pra Santos, e sempre que vem aqui, a gente sai juntas, mas eu não vou mais pra casa do Gabriel, ela vem aqui ou nos encontramos no lugar.

Contei pra ela o que aconteceu entre eu e ele. Ela ficou puta e deu um esporro nele, um dia depois do acontecido.

Ele me mandou várias mensagens, me ligou até. Eu só respondi que tava tudo bem, e ele não tinha que se preocupar com isso, que eu já tinha até esquecido.

Esqueci porra nenhuma, me lembro até hoje.

Não vejo ele desde aquele dia, frequento o Maracanã, mas só vejo ele no campo. Comemoro gol dele, me estresso com ele, e ainda o amo muito.

Mas talvez não era pra ser, talvez nem a amizade era pra ter acontecido. Sinto saudades, mas não vou correr atrás, até porque ele está comprometido.

Meu camisa 9 - Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora