24 | Esse sorriso de canto...

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Ayla


- Quanto que deu? - perguntou a cliente, se referindo a camisa do Flamengo, junto com um copo e um boné do time.

Fiz a conta na calculadora e a informei o valor total.

- Deu 396,84. Vai querer parcelar? - assentiu. - Em quantas vezes?

- Em 2. - peguei a calculadora novamente e calculei quanto iria dar.

- 198,42. Tá bom assim? Ou a senhora quer parcelar em mais vezes. - negou.

- Tá ótimo, muito obrigada. - acenou indo em direção a saída, respondi com um "obrigada, volte sempre." Clássico né.

Os preços das coisas aqui na loja não é um absurdo, quando eu fui decidir isso, pesquisei os preços de outras lojas, e pensei no que seria melhor. Pensei nas pessoas também, por a loja se encontrar em uma parte "rica" do rio, aparece mais gente que pode, mas eu também pensei pelo lado das pessoas que vem ao Maracanã e não tem tanta condição.

Então em base dos preços das outras lojas, eu montei o meu, por exemplo, uma camisa original, que você encontra na loja por 400 ou até 300 reais, aqui eu coloco de 220 até 350, depende do ano da camisa e o modelo, poderia ser até mais barato, mas isso faz surgir desconfiança se é realmente original.

E assim eu monto os preços, sempre pensando em ser acessível pra todos, faço promoção também, a ideia é fazer sempre que o Flamengo se classificar ou ganhar títulos, aí o presente pra nação aqui na loja é um grande desconto.

- Menina, esse Rio de janeiro tá um caos. - Beatriz diz eufórica, entrando na loja.

- Sempre foi né, e não tá perto de deixar de ser. - saí de trás do balcão e fui até o frigobar que tinha no canto da loja, tirando de lá uma latinha de coca. - Vai ali pra mim. - ela fez cara de tédio.

- Ali aonde? - perguntou com cara de poucos amigos.

- Sei lá, compra um salgado pra sua amiga, tô com fome. - tirei do bolso da calça, uma nota de 20.

- Vai almoçar mona, tá na tua hora já, vai dar 14:30 e você ainda não almoçou? - neguei. - Quer desmaiar é?

- Não posso.

- Por que? - arqueou a sobrancelha.

- Vou ver o gabigol mais tarde, então vou fechar a loja mais cedo. - ela sorriu com deboche.

- Ayla, deixa eu ver se entendi, você vai fechar a loja mais cedo, deixando de ALMOÇAR pra poder ir ver o Gabriel? - assenti. - Você tá ficando louca? Já parou pra se perguntar se ele faria o mesmo por você? - suspirei.

- Ele tá lesionado Bia, eu só vou dar uma passadinha na casa dele, pra ver como ele tá e vou embora. - franziu a testa, me olhando com raiva.

- Não, eu sei que não, você vai lá e vai cuidar dele, porque a ex dele não tá lá pra fazer isso, e quando ela estiver disponível pra ele de novo, ele vai te deixar de lado, esquecer da sua existência e você besta, vai tá ali pra sempre que ele precisar. Tô errada? - se alterou um pouco. Beatriz tinha essa mania de fazer tempestade em copo d'água, por coisas pequenas.

Meu camisa 9 - Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora