32 | O jogo.

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Gabigol

Observo de longe, ela conversar com o Arrasca, os dois sorriam e pareciam se divertir muito.

- O que tanto você olha pra lá? - Rafaella perguntou ao meu lado. Hoje ela tava enjoadinha, reclamando de absolutamente tudo, e eu não tava entendendo o por quê disso.

- Tô observando o local só. - ela me olha como quem não acreditou.

- Vocês já ficaram? - olho confuso. - Você e a tal de Ayla. - nego. - Então por que eu tenho a impressão que já? - arqueia a sobrancelha.

- Nada ave, Rafaella, a gente era amigo. - cruza os braços se virando por completo na minha direção.

- Eram? Por que não são mais? - suspiro. Interrogatório desnecessário uma hora dessa.

- A gente só se afastou. - dou de ombros.

- Ótimo. - sorri. - Vamos pra lá então, ou tem algum problema pra você? - olho pra ela com cara de tédio, e nego. Ela me puxa pra direção do Giorgian e a Ayla, que agora estão abraçados.

- Oii Gabi, oii Rafa. - Arrasca sorri. Rafaella solta minha mão indo pro lado da Ayla.

Tô ligado que ela não foi com a cara da garota, e é por isso que eu tô sem entender. Pra que se aproximar então?

- Descobri que sua antiga amiga é Flamenguista, amor. - fala com um tom de deboche, que pelo menos eu consegui perceber.

- Antiga amiga? - Ayla pergunta olhando pra mim e depois pra ela. Giorgian estava naquele meio sem entender nada, mas parecia não estar gostando da situação.

- É anjo, ele disse pra mim que vocês eram amigos e se afastaram, é isso? Ou ele mentiu pra mim? - perguntou com um sorriso de lado. Ayla negou.

- É... É isso. - respondeu. Passei a mão na nuca sem saber o que fazer.

(...)

Se passou algum tempo depois daquele dia, conversei com a Ayla depois disso, a gente se entendeu, estamos de boa, mas não voltou a ser como era antes.

Briguei com a Rafaella, não gostei da atitude dela, ela por sua vez, impôs que estava certa. Deixei ela achar o que quisesse.

Nesse tempo, tivemos o primeiro jogo da semi da libertadores, no Equador, o Emelec ganhou de 2×0. Isso não significa quase nada pra gente, vamos decidir no Maracanã, com a nossa torcida, nada é impossível.

Antes de entrar em campo, ligo a tela do meu celular, vendo uma mensagem da Ayla.

"Levanta a cabeça meu menino, você é incrível e um ótimo jogador, eu sei que você e o resto do time conseguem reverter esse placar. Se acalma, não cai na pilha deles, vai dá tudo certo tá? Confio em você."

Era esse tipo de mensagem que eu senti saudades antes de entrar dentro de campo. Depois de meses sem receber isso, meu coração voltou a se aquecer e a confiança aumentar mais ainda.

Respondo a mensagem dela e de alguma pessoas importantes, guardo o celular e vou pro final da fila, pra entrar no campo. Eu sempre preferia ser o último.

Meu camisa 9 - Gabigol Onde histórias criam vida. Descubra agora